Introdução: A incidência bloqueio de ramo esquerdo esforço induzido (BRE-EI) por teste ergométrico é rara e ocorre em aproximadamente 0,5-1% de todos os pacientes submetidos ao teste de esforço. O mecanismo é pouco compreendido, mas a isquemia é uma das etiologias propostas. Relato de caso: Paciente feminina portadora de dislipidemia, histórico prévio de colecistectomia,polipectomia e quadro gripal prévio há 20 dias evoluiu com dor torácica atípica de moderada probabilidade pelo escore de risco Diamond-Forrester, feito investigação com ergometria, percebido BRE-EI. Cessado teste, encaminhada para internação e estratificação invasiva. Realizado cateterismo, sem lesões obstrutivas. Ecocardiograma sem disfunções segmentares, fração de ejeção preservada de 67 % sem demais achados significativos. Optado pela ressonância magnética cardíaca onde se percebem sinais sugestivos de edema miocárdico acometendo o segmento inferolateral basal. Sinais sugestivos de realce tardio acometendo o segmento inferolateral basal e o segmento anterolateral médio, sugestiva de injúria miocárdica do tipo inflamatória de caráter agudo/subagudo. Realizado investigação sorológica com resultado positivo para coxsackie. Paciente realizou nova RMC e novo teste ergométrico. Evoluiu assintomática, com estabilidade clínica, eletrocardiográfica e hemodinâmica. Recebeu alta médica com bisoprolol e seguimento ambulatorial.Discussão: A miocardite pode decorrer de diversas causas infecciosas e não infecciosas. Porém, aquela secundária à infecção viral é a forma mais comum. Esta, pode ser dividida em fase aguda, subaguda e crônica, sendo importante essa definição devido as diferentes possibilidades terapêuticas. O diagnóstico se faz através da suspeita clínica, juntamente com métodos diagnósticos não invasivos. Nas fases subaguda ou crônica, predominam os sinais eletrocardiográficos de remodelamento de câmaras, como sobrecarga ventricular e presença de bloqueio de ramo esquerdo, ambos relacionados a pior prognóstico. Apresentamos um caso de associação entre BRE EI de etiologia não isquêmica.