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Alcoolização Septal pré Implante Transcateter de Válvula Aórtica

Mauricio Felippi de Sá Marchi, Filippe Barcellos Filippini, Gabriel Kanhouche, Pedro Felipe Gomes Nicz, Antonio Fernando Diniz Freire, Ricardo Cavalcante e Silva, Diego Carter Campanha Borges, Jose Carlos Albuquerque da Silva, Alexandre Abizaid, Fábio Sândoli de Brito Júnior
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, HOSPITAL SIRIO LIBANÊS - - - BRASIL, Hospital Samaritano Paulista - São Paulo - São Paulo - Brasil

Introdução:

A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é uma doença cardíaca de origem genética comum. Com os avanços no diagnóstico e tratamento, essa população adquiriu maior longevidade, sendo acometida por outras doenças tais como a estenose aórtica (EAO). Sabe-se que o implante transcateter de válvula aórtica (TAVI) não deve ser feito em pacientes com obstrução dinâmica de via de saída do ventrículo esquerdo, tendo em vista o risco potencial de deterioração aguda após a redução da pós-carga pela resolução da EAO. Dessa forma, o tratamento estadiado com alcoolização septal da CMH e posterior TAVI para EAO é uma opção terapêutica atraente para pacientes de risco cirúrgico elevado. Reportamos 2 casos em que a alcoolização septal foi realizada com sucesso antes do TAVI.

 

Caso 1:  Mulher de 75 anos, portadora de EAO e doença arterial coronariana foi admitida no setor de emergência por síncope. Aos exames, ecocardiograma transesofágico (ETE) demonstrou EAO grave com gradiente aórtico máximo/médio= 58/35 mmHg e medida do gradiente intraventricular no cateterismo cardíaco= 59 mmHg. Foi proposta a alcoolização septal como terapia inicial, sendo realizada com injeção de 2 mL de álcool absoluto. A medida invasiva do gradiente intraventricular após procedimento evidenciou redução, com valor final de 7 mmHg. O procedimento do TAVI foi realizado na mesma internação, com prótese Sapien 3 29 mm. Evoluiu sem intercorrências após, permanecendo assintomática no follow up.

 

Caso 2: Mulher de 82 anos foi encaminhada para avaliação por insuficiência cardíaca sintomática, classe funcional III. Ao ETE demonstrava fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE)=61%, gradiente aórtico máximo/médio=83/50 mmHg, área valvar aórtica 0.9 cm2 e presença de gradiente intraventricular=100 mmHg, com septo basal=17 mm. Após discussão em Heart Team, foi submetida a alcoolização septal com infusão de 1.5 mL em grande ramo septal, tendo queda significativa do gradiente intraventricular para 24 mmHg. Recebeu alta em 5 dias e retornou para o TAVI 3 meses após. Realizado implante via transfemoral direita de prótese Sapien 3 N 23 mm, sem intercorrências. Recebeu alta 3 dias após, tendo ao ecocardiograma gradiente aórtico médio=10 mmHg, gradiente intraventricular=26 mmHg e septo basal=9 mm. 

 

Discussão: 

O tratamento combinado da CMH e EAO com alcoolização septal e TAVI, foi seguro e obteve resultados consistentes. A abordagem combinada minimamente invasiva pode ser considerada em pacientes de risco elevado para a intervenção cirúrgica aberta. 

 

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