Introdução: O implante por cateter de prótese aórtica com estratégia minimalista (TAVI-M) é definido amplamente pela simplificação de aspectos técnicos (anestesia local, acesso percutâneo, eco transtorácico, monitorização em unidade não-UTI, etc), conjugado ao cuidado sistematizado, integral e multidisciplinar após o procedimento, e visa otimizar os desfechos clínicos e promover mais rápida recuperação de pacientes (pts) tratados, com redução do tempo de internação e custos hospitalares. Sua implementação no Sistema Único de Saúde (SUS) é ainda limitada, e requer a elaboração e validação de protocolos específicos.
Objetivo: Descrever os resultados clínicos, o tempo de internação e a taxa de rehospitalização aos 30 dias após a implementação de protocolo institucional de TAVI-M em hospital terciário do SUS.
Métodos: Estudo observacional e prospectivo, com pts consecutivos submetidos a TAVI entre set/20 a jan/22. Constituíam critérios de exclusão para TAVI-M: pts não-eletivos, com disfunção VE < 30%, acesso não-femoral, doença renal estágio V, dialíticos, discrasias ou plaquetopenia, ou programação de outro procedimento na internação.
Resultados: Dos 67 pts tratados no período, 17 (25%) apresentavam critérios de exclusão para TAVI-M. Nos pts em que o protocolo pode ser seguido (n=50), a média de idade foi de 79,2±4,8 anos, com STS médio de 2,64 ±1,49% e 20 (40%) mulheres. Um paciente requereu implante de marcapasso definitivo, e houve necessidade de conversão cirúrgica em 1 caso; a mortalidade cardiovascular aos 30 dias foi de 2%. Dos pts submetidos a TAVI-M, 64% receberam alta no dia seguinte após o procedimento, e 86% receberam alta em até 48h. A taxa de readmissão em 30 dias foi de 6%, devido a AVC (n=1), insuficiência cardíaca (n=1) e fratura de fêmur (n=1).
Conclusão: Nesta experiência inicial, o desenvolvimento e a implementação de um protocolo sistematizado e otimizado de cuidados ao paciente submetido a TAVI-M no SUS mostrou-se factível e seguro, resultando em resultados clínicos satisfatórios, reduzido tempo de internação e baixa taxa de rehospitalizações.