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Dor no Pós Operatório da Cirurgia Cardíaca: Abordagem Cirúrgica Convencional Versus Técnicas por Mini-incisões

CHAVES, Antonio, LOPES, Jackson, AVELINO, Paula
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - SALVADOR - BA - BRASIL, UNIVERSIDADE SALVADOR - SALVADOR - BA - BRASIL

 

Fundamento: Considerando o critério dor pós operatória, ainda não está claro se a cirurgia cardíaca por mini-incisão é superior à técnica convencional. A análise adequada desse desfecho é importante, pois a dor pós operatória está diretamente relacionada com a intensidade da resposta endócrino-metabólica ao trauma cirúrgico. Esse trabalho busca comparar a dor pós operatória na cirurgia por esternotomia mediana completa (EMC) versus cirurgia por mini-incisão (MI).

Material e Método: Esse trabalho é uma revisão sistemática da literatura, com coleta de artigos nas bases de dados PubMed, Cochrane, LILACS e SCIELO. Foram incluídos ensaios clínicos que comparam a técnica por EMC com técnicas por MI na cirurgia de revascularização do miocárdio, troca valvar aórtica e troca valvar mitral, publicados em qualquer ano, nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola. Foram seguidos os critérios do protocolo Preferred reporting items for systematic review and meta-analysis.

Resultados: Foram encontrados um total de 96 artigos. Destes, 14 atenderam integralmente os critérios de inclusão. Um total de 1.416 pacientes foram analisados. Estes incluíram adultos de centros na Alemanha, Espanha, Itália, Brasil, França, Índia e Egito. 711 foram submetidos à EMC e 705 submetidos às técnicas por MI, que consistiram em minitoracotomia esquerda e direita e miniesternotomia.

 

Na cirurgia da valva mitral, houve unanimidade entre os autores. Dois estudos analisaram a dor pós operatória, e 100% favoreceu a cirurgia por MI.

Sete trabalhos analisaram a dor pós operatória na cirurgia de troca valvar aórtica, não havendo consenso. Um estudo (14%) encontrou menores níveis de dor através da EMC. Três autores (43%) não encontraram diferença estatisticamente significante quando compararam as duas técnicas. Em contraposição, os demais autores (43%) demonstraram que os menores níveis de dor foram alcançados com a cirurgia por MI.

O cenário mais heterogêneo foi encontrado na cirurgia de revascularização do miocárdio (total de sete trabalhos). A depender da forma da colheita da artéria torácica interna esquerda (ATIE) (sob visão direta ou endoscópica), a tendência da intensidade da dor variou. De forma ampla, dois trabalhos (28%) encontraram maiores níveis de dor através da cirurgia por MI, um (14%) não encontrou diferença estatisticamente significante e quatro (57%) demonstraram maiores níveis de dor através da EMC.

Conclusão: A literatura atual não sustenta que, de uma forma global, a cirurgia cardiovascular por MI tem um pós operatório menos doloroso, quando comparada à cirurgia por EMC. 

 

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