Introdução
A epigalocatequina-galato (EGCG) é um flavonoide antioxidante natural presente em folhas de chá verde com importantes efeitos terapêuticos como hipolipemiante, controlador de obesidade, regulador de angiogênese no câncer e manutenção da função cardíaca, podendo assim ser usado em diversas doenças cardiovasculares. Portanto, o presente trabalho tem como objetivo identificar correlação entre a suplementação de EGCG e o tratamento de hipertensão arterial sistêmica (HAS) primária.
Metodologia
O levantamento bibliográfico incluiu estudos realizados entre os anos de 2017 até 2021 nas bases de dados PubMed, SCIENCEDIRECT, Cochrane, SCIELO e LILACS. Foram incluídos artigos originais com ensaios laboratoriais in vitro e in vivo. Foram excluídos trabalhos que, durante a avaliação do resumo e da metodologia, perceberam-se falha metodológica, passividade a vieses ou temática divergente.
Resultados
Após pesquisa nas principais bases de dados, oito artigos originais, incluindo testes laboratoriais in vitro e in vivo, contemplaram os requisitos para análise de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. A partir dos achados pode-se perceber positividade na associação entre EGCG e tratamento de HAS primária.
Figura 1: Esquematização do efeito do EGCG nas lesões de órgão-alvo induzidas por HAS
Discussão
A HAS é uma condição que naturalmente leva a repercussões negativas ao organismo e pode gerar comprometimento de órgãos-alvo, como exemplo o cérebro e o próprio coração. Tendo em vista isto, foi identificada na revisão a repercussão clínica do uso de EGCG nos efeitos deletérios da HAS para as células neuronais de ratos. Como conclusão, pôde-se identificar que os ratos que tiveram tratamento com EGCG obtiveram menor apoptose induzida por sobrecarga pressórica durante a análise de tecido cerebral no post-morte; consequentemente, obteve-se menor degeneração cerebral induzida por HAS. Adicionalmente, pode-se citar o remodelamento cardíaco como outra lesão de órgão-alvo da HAS e a revisão concluiu que uso de EGCG pode prevenir a formação de insuficiência cardíaca induzida por sobrecarga pressórica em ratos com HAS.
Conclusão
A busca de publicações nas bases de dados elencadas nessa revisão permitiu concluir que existe relação positiva entre a suplementação de EGCG com o tratamento e prevenção de HAS. Entretanto, embora os testes in vitro e in vivo tenham resultados positivos, ensaios clínicos randomizados multicêntricos na população são necessários para definir a real ligação desta substância no ser humano.