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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Acometimento bivalvar por endocardite prévia: diagnóstico e tratamento

L. C. Barbosa Neta, Renato Jorge Alves, Carolina Salvi Scomparin , Larissa Brailowsky Pellegrino, Mariana de Souza Dias, Bruna Furlani Sanchez Postigo
SANTA CASA DE SÃO PAULO - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: A endocardite infecciosa pode ocasionar uma série de complicações mecânicas sendo necessário intervenção cirúrgica para resolução de queixas do paciente. Descrevemos o relato de caso a seguir: M.K.T, 28 anos, natural da África do Sul, com antecedente de malformação cardíaca e endocardite previa relatada. Foi admitido com queixa de dispneia progressiva aos esforços, edema de membros inferiores e aumento do volume abdominal há 1 ano com piora há 7 dias da admissão. Ao exame encontrava-se dispneico e em anasarca, taquicardíaco com bulhas hiperfonéticas e sopro sistólico em focos tricúspide e mitral. Realizado ECG com sinais de sobrecarga biatrial e de ventrículo direito. Ecocardiograma transtorácico demonstrou aumento importante de AD e VD e valva tricúspide com rotura de cordoalhas, dilatação do anel, ausência completa de coaptação, além de refluxo importante e imagem nodular hiperrefringente entre folheto coronariano direito e folheto não coronariano e, também, rotura do seio coronariano, proporcionando comunicação com as cavidades direitas, gerando fluxo reverso de grande monta em aorta torácica descendente e abdominal. O aparelho valvar aórtico apresentava refluxo e havia sinais de hipertensão pulmonar importante, sem possibilidade de quantificação. Cateterismo cardíaco direito e esquerdo demonstrou insuficiência tricúspide maciça, shunt importante com fluxo da esquerda-direita e salto oximétrico presente, além de contratilidade preservada do VE e presença de comunicação interventricular. Optado por realização de cirurgia cardíaca. Observado orifício de 8mm no fundo do seio de valsalva em direção ao VD e outro orifício de 3mm da aorta para a cavidade do VE, múltiplas lesões em valva tricúspide, com orifício de 3 cm em cúspide mural e rotura das cordoalhas, descolamento de cúspide septal do anel tricúspide. Realizada a limpeza da calcificação da cúspide não coronariana da valva aórtica, fechamento das fístulas (Ao-VD e Ao-VE) e da CIA. Trocada valva tricúspide por prótese biológica. Paciente com alta médica no 28° pós-operatório, sem déficits para atividades básicas de vida, mantendo acompanhamento cardiológico. Conclusão: Devido à alta gravidade e mortalidade desta doença, é necessário diagnóstico precoce das possíveis complicações assim como tratamento. Sendo necessário abordagem cirurgia em 35% dos casos.

 

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