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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Impacto da pandemia de COVID-19 sobre diagnóstico dos fenótipos de Hipertensão Arterial na cidade de São Paulo

Monizze V. R. Sentalin, Wilson Nadruz Júnior, Andrei C. Sposito, Eduardo C. D. Barbosa, Roberto D. Miranda, Weimar S. Barroso, Marco A. Mota-Gomes, Audes D. M. Feitosa, Fabiana G. A. M. Feitosa, Andréa A. Brandão
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - Campinas - São Paulo - Brasil

Introdução: Estima-se que a pandemia de COVID-19 possa resultar no controle inadequado de fatores de risco cardiovasculares, como a hipertensão arterial (HA), devido ao stress, isolamento social e a mudanças do estilo de vida. Todavia, o impacto da pandemia de COVID-19 sobre os fenótipos de HA derivados de medidas de pressão arterial (PA) realizadas dentro e fora do consultório (normotensão verdadeira, HA sustentada, HA do avental branco e HA mascarada) ainda é pouco conhecido.

Objetivo: Comparar a prevalência dos fenótipos de HA derivados de medidas de PA no consultório e de medida residencial da pressão arterial (MRPA) antes e durante a pandemia e sua relação com a gravidade da pandemia (número de casos e óbitos) em uma amostra de indivíduos da cidade de São Paulo.

Metodologia: Estudo retrospectivo que avaliou características clínicas e medidas de PA no consultório e na MRPA de 1529 indivíduos independentes que não usavam medicações anti-hipertensivas, obtidas da plataforma TELEMRPA entre 2017 e setembro de 2021. Foram também obtidos dados relativos ao número de casos e óbitos por COVID-19 (dados do SIVEP e SIM/SMS-SP) e temperatura diária média na cidade de São Paulo durante o período estudado. Análises de regressão logística avaliaram a relação dos fenótipos de HA com a presença de pandemia, e com o número de casos ou óbitos por COVID-19, ajustada por IMC, idade, sexo e temperatura ambiental.

Resultados: Os pacientes que aferiram a PA durante a pandemia de COVID-19 tinham maior prevalência de HA sustentada e menor prevalência de normotensão verdadeira do que aqueles que aferiram a PA antes da pandemia (Tabela). Além disto, os pacientes que aferiram a PA durante a pandemia tinham maior IMC e idade. Resultados de regressão logística mostraram que relação entre HA sustentada e pandemia persistiu (p<0,001) após ajuste por sexo, idade, IMC e temperatura ambiental. Além disto, houve uma associação independente na análise multivariada entre HA sustentada e média quinzenal de casos (p<0,001) e óbitos (p=0,015) por COVID-19 (tabela).

Conclusão: A pandemia de COVID-19 e a sua gravidade se associaram com aumento de prevalência de HA sustentada na cidade de São Paulo. 

    Tabela: Características dos indivíduos estudados na cidade de São Paulo.

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