INTRODUÇÃO: Com índices de alta mortalidade, a Parada cardiorrespiratória extra hospitalar (PCREH) é tema de discussão na área médica e atualmente, enfatiza-se a inclusão do treinamento da execução da RCP para leigos e pessoas da área de saúde, para que se diminua o número de óbitos e sequelas nas vítimas. O objetivo do presente estudo foi analisar o conhecimento dos estudantes de medicina a respeito do atendimento à vítima de PCR e sua aptidão para realizar o atendimento. METODOLOGIA: Trata se de um estudo observacional e transversal, com coleta quantitativa dos dados obtidos através de questionário anônimo, com parecer do CEP, nº 4.405.790, contendo perguntas relacionadas ao reconhecimento de uma PCR e os procedimentos da manobra de RCP por estudantes de medicina durante os anos de 2018 a 2021. RESULTADOS: Do total de 468 estudantes entrevistados, 149(31,84%) responderam corretamente sobre limite máximo de tempo a partir do qual uma parada cardíaca pode ser considerada irreversível. No manuseio do DEA, 222(47,44%) referem saber usá-lo, com 158(33,76%) relatando ter aprendido a utilizar na faculdade. Ainda sobre o DEA, 265(56,62%) não sabem a diferença entre ritmos chocáveis e não chocáveis, mas 307(65,60%) entendem que esse ritmo irá influenciar na conduta do atendimento. Quanto ao emprego do DEA durante a RCP, 169(36,11%) responderam corretamente afirmando que ele deve ser utilizado o mais rápido possível. Na RCP pediátrica, 51(10,90%) soube responder corretamente quanto a profundidade das compressões. Na reavaliação do pulso na vítima, 203(43,38%) desconhecem a periodicidade correta. Ao final do questionário, 206(44,02%) se consideram aptos a realizar uma RCP. CONCLUSÃO: Foi possível observar a partir do presente estudo que mais da metade dos estudantes não sabem o tempo ideal de socorro à vítima de PCR, o tempo da reavaliação do pulso durante o atendimento e cerca de 90% deles, não faria a compressão pediátrica de forma eficaz. No que tange ao DEA, cerca de 53% não sabe, desconhecendo também a diferença do ritmo encontrado e a necessidade do seu uso imediato em uma PCR. Menos da metade dos entrevistados se consideram capazes de realizar a RCP. Ressalta-se a necessidade de implantação de cursos na modalidade hands-on, onde o estudante poderá treinar de forma realística o atendimento e assim, fixá-lo em sua vida profissional, trazendo com isso benefícios nos índices de sobrevida pós PCR.