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Monitoramento terapêutico de vancomicina guiado por parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos em endocardite por Estafilococos coagulase-negativa.

Giovana do Nascimento Roque, Ronaldo Morales Junior, Vanessa D'Amaro Juodinis
HOSPITAL SIRIO LIBANÊS - - - BRASIL

Introdução: Novas diretrizes internacionais recomendam o monitoramento de vancomicina através da medição direta da área sob a curva de concentração plasmática em 24 horas (ASC0-24), com alvo terapêutico de ASC0-24/CIM entre 400 e 600 em infecções por S. aureus. No entanto, não há consenso sobre o alvo terapêutico em infecções graves como endocardite causada por outros patógenos.

Relato de Caso: Paciente L.M.O.B, sexo masculino, 62 anos, foi admitido com queixa de prostração e febre. Histórico de obesidade, osteopenia, dislipidemia, doença arterial coronariana com estenose aórtica e internação eletiva há 30 dias para implante percutâneo valvar aórtico e procedimento dentário há 15 dias (recebeu amoxicilina profilática na ocasião). Ecocardiograma transesofágico na admissão não revelou vegetação, porém apresentava espessamento da valva biológica, sem disfunção. PET-CT mostrou captação segmentar da valva biológica. Foram coletadas hemoculturas em pares com crescimento em 24 horas de Staphylococcus capitis resistente a oxacilina e sensível à vancomicina (CIM = 1 mg/L), teicoplanina (CIM = 1 mg/L), rifampicina, cotrimoxazol e linezolida. Iniciou tratamento com vancomicina com dose de ataque de 2g seguida de dose de manutenção de 1g 12/12h e posterior associação de rifampicina 300mg VO 8/8h. O monitoramento terapêutico de vancomicina foi iniciado após 36h do início da terapia (estado de equilíbrio), considerando alvo terapêutico de ASC0-24/CIM entre 400 e 600. Os parâmetros farmacocinéticos foram estimados a partir do modelo aberto de um compartimento utilizando equações cinéticas de primeira ordem e o método dos trapezoides foi aplicado para o cálculo da ASC. O paciente completou 42 dias de terapia antimicrobiana, com alvo terapêutico de vancomicina atingido durante todo o tratamento (Tabela 1), sem necessidade de ajuste posológico e sem ocorrência de nefrotoxicidade. Os valores de ASC e nível sérico no vale apresentaram baixa correlação (R=0,4). Ecocardiograma de controle apresentou regressão do espessamento em valva biológica e hemoculturas negativas. O paciente recebeu alta em bom estado geral para seguimento ambulatorial.

Conclusão: O caso descreve sucesso no tratamento de endocardite de valva biológica aórtica por Estafilococos coagulase-negativa oxacilina resistente com uma associação de rifampicina e vancomicina. O monitoramento terapêutico de vancomicina com base nos parâmetros farmacocinéticos individuais e alvo terapêutico de ASC0-24/CIM entre 400 e 600 garantiu a erradicação do patógeno sem ocorrência de nefrotoxicidade.

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