SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

A redução da mobilidade está associada a piores desfechos em pacientes com parada cardiorrespiratória intra-hospitalar

Lazzarin T, Junior ELF, Zornoff L, Paiva SAR, Polegato BF, Azevedo PS, Pereira FWL, Rischini FA, Altran WS, Minicucci MF
FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - - SP - BRASIL

Introdução: A fragilidade é um estado de vulnerabilidade que compromete cronicamente o estado funcional dos indivíduos pois estes apresentam respostas insatisfatórias aos eventos estressores. Sabidamente, a fragilidade associa-se a piores desfechos em vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR). No entanto, o comprometimento agudo do estado funcional, que avaliamos neste trabalho por meio da restrição da mobilidade intra-hospitalar, ainda não foi estudado no contexto da PCR. Métodos: Incluímos retrospectivamente os pacientes ≥18 anos de idade, vítimas de PCR intra-hospitalar atendidos pelo time de resposta rápida do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, no período de abril de 2018 a dezembro de 2021. Excluímos os pacientes em cuidados paliativos, não candidatos às medidas de reanimação cardiopulmonar. Definimos mobilidade reduzida como a necessidade de banho no leito nas últimas 48 horas que antecederam a PCR. Os desfechos avaliados foram retorno à circulação espontânea (RCE) 20 minutos e óbito intra-hospitalar. Os dados referentes a admissão, cuidados durante a internação e desfechos foram coletados do prontuário eletrônico. Análise estatística: as análises foram realizadas com o programa SigmaPlot (versão 12.0). As regressões logísticas multivariadas foram ajustadas pelas variáveis com relevância clínica. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Trezentos e oitenta e sete pacientes foram incluídos no estudo, com idade média de 65,4 ± 14,8 anos e 53,7% do sexo masculino. Setenta e cinco por cento dos pacientes apresentavam mobilidade reduzida. A taxa de RCE foi de 42,9% e a mortalidade intra-hospitalar de 94,3%. Na análise univariada a mobilidade reduzida esteve associada a menores taxas de RCE (p = 0,01) e maiores taxas de mortalidade (p = 0,037). No entanto, na análise multivariada ajustada por sexo, idade, ritmo e tempo de parada a mobilidade reduzida esteve associada ao RCE (OR = 0,501; IC 95% = 0,280 - 0,895; p = 0,02), mas não à mortalidade (OR = 1,719; IC 95% = 0,597 - 4,949; p = 0,315). Conclusão: A redução da mobilidade é comum em pacientes com PCR intra-hospitalar, ela está associada a menores taxas de RCE, mas não à mortalidade intra-hospitalar.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

42º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

16 à 18 de junho de 2022