W.B.S, 54 anos, empresário, encontrava-se na unidade de internação em pré operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM). Possuia lesões triarteriais acima de 80% de obstrução nas 3 principais coronárias epicárdicas. Apresentou, de forma súbita, precordialgia de fote intensidade, sendo prontamente atendido e encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Antes mesmo de realizar o eletrocardiograma,cursou com parada cardiorespiratória (PCR) em assistolia, reveritda em 8 minutos. Discutiu-se o caso em Heart team e optou-se pelo implante e ECMO veno arterial periférico. Antecedentes Pessoais.: Diabetes mellitus, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca (fração de ejeção de 31%).
Após 2 dias, retirou-se sedação para avaliação neurológica, não se observando nenhuma sequela. Decidido por realizar CRM que transcorreu-se sem intercorrência. Paciente admitido em UTI com Dobutamia à 14 mcg/kg/min, intubado e sem sedação (narcose anestésica) e com balão intra aórtico (BIA). Retirado ECMO no intra operatório. 6h após admissão na UTI cursou com sangramento importante pelos drenos, não revertido com medidas clínicas, sendo necessário toracotomia de urgência. Não foi evidenciado sangramento ativo, apenas coágulos.
18 h apos sua admissão, o paciente foi extubado. No 3º dia iniciou-se o desmame de Dobutamina e do BIA. No 6º dia foi retirado o BIA. No 8º dia cursou com sinais de isquemia em membro inferior direito (sítio do BIA), sendo necessário a amputação do membro. Retornou do centro cirúrgico intubado e em razão da piora da funçao renal associado a oligúria, foi necessário terapia de substituição renal.
72h após a amputação, cursou com hipotensão arterial, rebaixamento do nível de consciência, sendo necessário intubação orotraqueal. A partir deste momento, cursou com pneumonia que evoluiu para choque séptico com necessidade de vasopressores em altas doses, tornado-se refratário a antibióticoterapia de amplo espectro, evoluindo a óbito.
Coclusão: Há na literatura pequenos estudos demonstrando benefício significativo do uso da membrana de circulação extracorpórea (ECMO) durante parada cardiorrespiratória (PCR), evidenciando melhora significativa na função neurológica deste pacientes a longo prazo. O uso da ECMO durante a parada cardíaca melhora a perfusão e oxigenação tecidual diminuindo o tempo de hipoxemia e determinando melhores desfechos.
No caso apresentado, a ECMO cumpriu o seu papel como ponte para a cirurgia definitiva, entretanto, devidos a contribuição direta negativa de outros fatores, o paciente não apresentou desfecho desejado.