Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) pode ser definida como uma disfunção cardíaca causada pelo inadequado suprimento sanguíneo para atender as demandas metabólicas do indivíduo. Tem sido apontada como importante problema de saúde pública e considerada como uma nova epidemia com elevada mortalidade e morbidade, a despeito dos avanços da terapêutica atual. Metodologia: Foi realizado o estudo retrospectivo de prontuários de pacientes admitidos com diagnóstico de insuficiência cardíaca no Setor de Emergência em Cardiologia do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, no período de janeiro a julho de 2019, comparados ao mesmo período de 2021, período concomitante a pandemia de Covid 19. Sendo avaliado o perfil epidemiológico, clínico hemodinâmico mais prevalente e comparado os desfechos clínicos observados nos dois intervalos. Resultados: Nos pacientes atendidos no primeiro semestre de 2019, 15 pacientes (60%) eram do sexo masculino, enquanto 10 do sexo feminino (40%). Em 2021, 6 pacientes do sexo masculino (60%) e 4 pacientes (40%) do sexo feminino. A idade média dos pacientes em 2019 ficou em 63,05 anos, em 2021 correspondeu a 67,1 anos. Em relação ao perfil clínico hemodinâmico em 2019, a maioria apresentou o Perfil B, 16 pacientes (64%), seguidos do Perfil C com 3(12% ), Perfil A e Perfil L com 1 paciente cada (4% e 4%), sem nenhuma menção ou registro capaz de classificar os pacientes estavam 4 pacientes (16%) dos pacientes. Em 2021 o Perfil B permaneceu como mais prevalente, em 5 pacientes (50%), seguidos do perfil C com 3 pacientes (30%). O Perfil A e L não foram registrados. No caso de 2 pacientes (20%) não foi possível classificar. O desfecho clínico no primeiro semestre de 2019, a maior parte dos pacientes receberam alta melhorada em 22 pacientes, correspondendo a 88% dos pacientes, enquanto 3 pacientes foram a óbito nesse período, correspondendo a 12% dos pacientes. No primeiro semestre de 2021, houve decréscimo nos desfechos positivos, 50% recebendo alta melhorada, e 50% foram a óbito. Conclusão: Assim como na literatura, o perfil epidemiológico que acomete os pacientes portadores de insuficiência cardíaca se demonstra similares nos dois períodos, assim como o perfil hemodinâmico, confirmando o perfil B como mais prevalente. Porém, o desfecho dos pacientes foi totalmente diferenciado entre os períodos, uma vez que metade dos pacientes foram a óbito no período ocorrido durante a pandemia, o que pode ter sido causado pela sobreposição de patologias, e a importante taxa de mortalidade nos serviços de saúde ocorrida durante os picos da pandemia.