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Anomalia coronariana de Artéria Descendente Anterior associada a Aterosclerose e Isquemia Miocárdica em paciente idosa

Francielly dos Santos Vieira, Marina Vitória Silva Costa, Jéssica Evangelista de Queiroz, Nathália Abdo Zuliani, Leonardo Teixeira Melo, Gabriela Marinho Aquino
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - - MG - BRASIL

Introdução: A anomalia congênita das artérias coronárias pode ser benigna ou potencialmente grave, causando isquemia miocárdica, infarto e morte súbita. Atualmente, constitui a segunda causa mais frequente de morte súbita de origem cardiovascular em atletas competitivos. Entretanto, a maioria das anomalias não levam a isquemia miocárdica e são, em geral, descobertas acidentalmente durante exames de rotina ou durante estratificação invasiva após quadros de síndromes coronárias agudas ou crônicas por aterotrombose. Descrição do Caso: Idosa, 72 anos, com quadro de dispneia progressiva a esforços. Feito ecocardiograma de estresse farmacológico que revelou a presença de isquemia miocárdica em moderada extensão da parede anterior. Realizado cinecoronariografia que evidenciou a presença de anomalia coronariana com duas artérias correndo no sulco interventricular anterior e ambas com estenoses intra-luminais significativas e proximais. A porção proximal da artéria interventricular anterior (ADA1) se originava no tronco da coronária esquerda e a irrigação das porções médias e apicais da parede ântero-lateral era dada por um ramo interventricular anterior (ADA2) que se originava da porção inicial da artéria coronária direita (ACD) e que, por sua vez, também apresentava estenose importante logo após a origem da ADA2 (lesão em bifurcação ACD-ADA2 anômala). Visto o quadro clínico e angiográfico, foi optado pela realização de angioplastias com implante de stents em ADA1, ADA2 e ACD. A paciente evoluiu bem e encontra-se assintomática 1 ano após a angioplastia. Realizou angiotomografia de coronárias e novo ecocardiograma de estresse controle, sem isquemia. Conclusão: Uma anomalia coronariana refere-se a qualquer padrão coronariano com uma característica raramente (menos que 1%) encontrado na população geral. A origem anômala da artéria coronária esquerda do seio coronariano direito pode relacionar-se a morte súbita em 59% dos casos, precedida por atividade física em 81% dos eventos, em especial quando o trajeto da artéria encontra-se interarterial. Potenciais mecanismos têm sido levantados para explicar a presença de isquemia miocárdica e morte súbita em pacientes com anomalia de origem da Artéria Descendente Anterior. Entretanto, no caso em questão, a doença aterosclerótica era a causa dos sintomas e da isquemia documentada, uma vez que houve manifestação de isquemia apenas em fase avançada da vida e os sintomas e a detecção de isquemia foram resolvidos após a angioplastia realizada.

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