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Tratamento com metotrexato associado à nanopartículas lipídicas modula a expressão de microRNAs que previnem a apoptose, hipóxia e hipertrofia do ventrículo esquerdo em camundongos com Síndrome de Marfan

Maria Carolina Guido, Priscila Oliveira de Carvalho, Natalia de Menezes Lopes, Aline de Oliveira Silva, Lygia da Veiga Pereira, Ricardo Ribeiro Dias, Roberto Kalil-Filho, Francisco Rafael Martins Laurindo, Raul Cavalcante Maranhão
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - USP - SÃO PAULO - SÃO PAULO - BRASIL

Introdução: Pacientes com síndrome de Marfan (SM), uma doença causada pela mutação do gene da fibrilina-1, são vulneráveis a miocardiopatia do ventrículo esquerdo (VE). microRNAs (miRNAs) são potentes alvos terapêuticos para a progressão da aortopatia na SM. Metotrexato (MTX) associado à nanopartículas lipídicas (LDE) aumenta ativamente a captação celular, conferindo alta eficácia terapêutica e baixa toxicidade. A LDE-MTX apresentou poderoso efeito anti-inflamatório e anti proliferativo na artrite reumatóide e aterosclerose de coelhos. Em ratos submetidos ao infarto agudo do miocárdio, a LDE-MTX contribuiu para redução do remodelamento do VE.

Objetivo: Investigar o efeito do tratamento da LDE-MTX sobre a expressão dos miR-34a, -185 e -199a no desenvolvimento da miocardiopatia do VE em camundongos com SM.

Métodos: Camundongos mgΔloxPneo para SM e selvagens (WT) foram alocados nos seguintes grupos: WT e SM, ambos sem tratamento; SM-MTX, SM tratados com MTX comercial; SM-LDEMTX, SM tratados com LDE-MTX. O tratamento ocorreu semanalmente na dose de 1mg/kg ip, entre o 3º e o 6º mês de vida. Após 12 semanas, os animais foram submetidos à ecocardiografia, morfometria e expressão de miRNAs e de proteínas do VE.

Resultados: O tratamento com LDE-MTX não alterou a disfunção diastólica do VE na SM. Entretanto, preservou a hipertrofia do VE, através da diminuição da espessura do septo interventricular e da parede posterior e do diâmetro dos miócitos. Houve menor expressão proteica dos fatores pró-apoptóticos, caspase 3 e BAX/Bcl-2, e do fator induzível por hipóxia 2α (HIF-2α). A LDE-MTX aumentou a expressão do miR-34a e diminuiu a expressão dos miR-185 e -199a. Vale ressaltar que a expressão do miR-34a teve correlação negativa com os marcadores pró-apoptóticos (r2=0,36; p<0,05) e de hipóxia celular (r2=0,38; p<0,05); enquanto que as expressões dos miR-185 e -199a tiveram correlações positivas com os marcadores pró-apoptóticos (r2=0,40; p<0,05), de hipóxia celular (r2=0,27; p<0,05) e hipertrofia do VE (r2=0,51; p<0,01), sugerindo que a LDE-MTX contribuiu para a melhora das alterações celulares na miocardiopatia do VE.

Conclusão: Apesar da LDE-MTX não ter efeito sobre a disfunção diastólica em camundongos SM, o tratamento teve efeitos benéficos na modulação dos miRNAs que contribuíram para diminuição da apoptose, hipóxia e hipertrofia do VE. Esse é o primeiro estudo que mostra a eficácia terapêutica na miocardiopatia de camundongos com SM, sob a modulação dos miRNAs.

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