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Cardiotoxicidade em paciente com baixo risco cardiovascular - Relato de caso

Michele Palmeira S Reisky von Dubnitz, Gabriela M Araújo Rocha, Débora Machado, Camila Veiga Barbosa
Hospital SMH - Beneficiência Portuguesa de Petrópolis - Petrópolis - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução: O tratamento do câncer de mama é potencialmente cardiotóxico, especialmente em pacientes com fatores de risco para doença cardiovascular (DCV), e ocorre principalmente quando utilizado altas doses de antraciclina associada a inibidores HER-2. Este relato descreve o caso de uma paciente portadora de câncer de mama HER2+, sem fatores de risco para DCV, que desenvolveu insuficiência cardíaca sintomática, incomum na literatura.

Relato de caso: Paciente, 50 anos, feminino, sem comorbidades prévias, com diagnóstico de câncer de mama HER2+, prescrito, em junho de 2020: Doxorrubicina; Paclitaxel; Trastuzumab; Pertuzumab e radioterapia. ECO: Fração de ejeção (FE): 59%, Strain com hipocontratilidade segmentar. Abril de 2021 iniciou dor torácica e dispneia aos moderados esforços, dosagem de troponina e BNP elevados, ECO com queda da FE para 46%, mantendo as áreas de hipocinesia, além de hiperecogenecidade no folheto parietal do pericárdio, sem derrame pericárdico. Suspenso Transtuzumabe e Pertuzumabe por 2 meses. Iniciado Carvedilol e solicitado angioTC de coronárias que foi normal; Ressonância Magnética: espessamento do pericárdio, com borramento da gordura epicárdica anterior; iniciado Colchicina por 3 meses. Holter sem arritmias. Após 2 meses com melhora e aumento da  FE pelo ECO, foi retornado esquema quimioterápico. Paciente retornou com sintomas de congestão e elevação de troponina e BNP.  ECO com queda da FE. Optado por suspensão, faltando 1 sessão. Realizou ECO strain 3 meses após, apresentando melhora importante da contratilidade segmentar, FE: 65%.

Discussâo: Atualmente, a DCV é a segunda principal causa de morbi mortalidade em pacientes oncológicos, decorrente do tratamento. Os quimioterápicos utilizados podem provocar cardiotoxicidade por diversas formas; doxorrubicina: apoptose celular; ciclofosfamida: raramente miocardite e/ou pericardite. Paclitaxel: bradiarritmias (com associação antraciclinas). Trastuzumab: redução da FE assintomática, a queda da FE sintomática é rara.

O risco de cardiotoxicidade por esses quimioterápicos é maior em pacientes com alto risco cardiovascular. A paciente do relato apresentou queda da FE sintomática associada às sessões de administração de Trastuzumab, além de miopericardite auto-limitada, com reversão após suspensão do medicamento. Estudos apresentam melhora do desfecho CV quando iniciado Candesartan e/ou Carvedilol. Este relato nos mostra a importância do acompanhamento conjunto: oncologista e cardiologista.

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