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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

USO DE CILOSTAZOL EM PACIENTE COM DOENÇA DO NÓ SINUSAL SEM DESEJO DE IMPLANTE DE MARCA-PASSO DEFINITIVO, COM ALTA DENSIDADE DE ECTOPIAS SUPRAVENTRICULARES

GABRIEL TAMBELLI, RULDNEY RAY DOS SANTOS, THIAGO ABIZAID, HELOISA LOPES, LEONARDO VIDAL CLER, JULIANA JANGELAVICIN, CLAUDIA GRAVINA, DALMO MOREIRA
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

IntroduçãoA incidência da doença do nó sinusal (DNS) aumenta com o envelhecimento. Manifesta-se como bradicardia sinusal, bloqueio sinoatrial, pausa sinusal ou síndrome taqui-bradi. Seu tratamento, dependendo dos sintomas, é realizado pelo implante de marca-passo definitivo (MPD). Apesar da eficácia estabelecida, o implante de MPD nem sempre é aceito pelo paciente. O Cilostazol, agente antiplaquetário que inibe seletivamente a fosfodiesterase III, aumenta os níveis de monofosfato cíclico de adenosina, causando aumento do inotropismo e da frequência cardíaca (FC).  

Relato de CasoPaciente de 86 anos, sexo masculino, ex-tabagista, sem coronariopatia, não chagásico, acompanhado em nosso serviço por bloqueio atrioventricular de 1ograu e extrassístoles atriais (ESA). Durante seguimento, paciente apresentou pré-sincope, secundária à bradicardia severa na vigília (FC 35-40bpm) associada a elevada densidade de ESA (18%), além de 16 episódios de taquicardia atrial não sustentada e pausas sinusais prolongadas (2,5 segundos) pós ESA. Por esses achados ao Holter, foi proposto implante de MPD profilático, para permitir emprego de antiarrítmico com segurança para tratar as ectopias e prevenir fibrilação atrial. O paciente recusou. Como alternativa, foi iniciado cilostazol para aumento da FC. O Holter 10 dias após a medicação mostrou elevação da  FC mínima (53 bpm), média (79 bpm) e da FC máxima (121 bpm), confirmando a eficácia do cilostazol. Com a persistência das ESA (22% do total de batimentos) foi introduzida amiodarona e, após 30 dias, um novo Holter apresentou redução do total de ectopias. Paciente se manteve assintomático.

DiscussãoO fato de que alguns idosos não desejem submeter-se a implante de MPD faz com que novas alternativas estejam disponíveis para tratamento de DNS que evolui com bradiarritmias, ESA frequentes, com alto risco para evolução para fibrilação atrial. Esse fato impõe a necessidade de um antiarrítmico, mas com risco de agravar a bradicardia subjacente. O cilostazol foi eficaz para aumentar a FC, encurtando as pausas após ectopias, e permitindo a introdução da amiodarona com segurança.

Conclusão: Cilostazol pode ser um fármaco auxiliar eficaz para pacientes com DNS com bradicardias graves que recusam o implante de MPD. A manutenção de uma FC adequada com esse agente permite administração segura do antiarrítmico para estabilizar a atividade elétrica atrial. Estudos clínicos prospectivos, controlados com placebo, são necessários para se comprovar a eficácia e segurança dessa conduta.

 

Fig. 1: ECG inicial . Fig. 2: ECG apos Cilostazol.

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