Tema Livre

Introdução: A Insuficiência Cardíaca (IC) é caracterizada pela incapacidade do coração em bombear sangue adequadamente. Os pacientes podem apresentar redução da força muscular periférica e da musculatura respiratória.  A força de preensão palmar (FPP) é um bom indicador da força muscular global e preditor de mortalidade. Objetivo: Avaliar a FPP em pacientes com IC com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) reduzida e sua relação com tempo de internação e permanência em UTI, alta e óbito. Método: Estudo transversal, observacional e retrospectivo com maiores de 18 anos, IC com FEVE <40%, internados em um hospital paulistano entre 2018 e 2020. Foram obtidas 3 medidas consecutivas de FPP e considerou-se o maior valor. A FPP  < 7kg (para mulheres) e <11 kg para homens foi considerada baixa. Utilizou-se os testes Exato de Fisher e Mann-Whitney, sendo considerados significantes os resultados ≤ 5%. Resultado: Foram incluídos 36 pacientes, 75% do sexo masculino (n=27), média de 74 anos, desvio padrão (dp = 13,94). A média de FEVE foi de 30,2% (dp = 6,79), tempo de internação de 30,5 dias (dp = 62,35), tempo de UTI de 4,5 dias (dp = 9,13) e 3 foram à óbito. Predominaram pacientes eutróficos (47,2%), média de IMC de 25,6 kg/m² (dp = 4,8). A média de FPP foi de 20,12 kg (dp =10,16). 83,3% apresentaram baixa força muscular. Não houve diferença estatística entre FPP, tempo de internação, alta e óbito. Pacientes com baixa força muscular tiveram maior tempo de  UTI (p = 0,048).

Tabela 1. Comparação entre adequação da FPP e desfechos alta e óbito.

Tabela 2. Comparação entre adequação da FPP e tempo de internação hospitalar.

Tabela 3. Comparação entre adequação da FPP e tempo de internação em UTI.

 Conclusão: Pacientes com baixa força muscular tiveram maior tempo de internação em UTI. A medida de FPP é uma ferramenta útil, de baixo custo e fácil aplicação que contribui para a avaliação da força muscular e desempenho físico nos pacientes com IC.