O ULTRASOM CARDÍACO DIRECIONADO (UCD) NA PARADA CARDIORESPIRATÓRIA (PCR): REALIZAR OU NÃO REALIZAR?
Introdução: O atendimento a pacientes vítimas de PCR deve obedecer a protocolos mundialmente difundidos e utilizados. Nesses cenários, devido à complexidade clínica existente, há certa limitação ao desenvolvimento de estudos que tragam novas recomendações com robustez científica necessária. Paralelamente, nos últimos anos, houve incremento do uso do USG beira leito em diversos contextos de emergência, como por exemplo, trauma (Protocolo FAST) e avaliação de pacientes em choque (Protocolo BLUE). Existe, contudo, uma lacuna no que diz respeito ao papel dessa ferramenta na PCR, além de certa resistência ao uso pelo possível atraso das compressões torácicas – manobra fortemente encorajada pelo protocolos mundiais. O presente estudo objetiva relatar o caso de um atendimento bem sucedido de paciente em parada cardiorrespiratória, no qual o uso do USG for determinante para diagnóstico e conduta.
Métodos: Relato de caso.
Relato: Trata-se do caso de um paciente de 36 anos, hipertenso e tabagista, admitido por dor lombar em unidade hospitalar sediada em São Paulo-SP. Em avaliação inicial, dados vitais estáveis. Durante o período em que permaneceu em observação, evoluiu com dispneia e queda de saturação, apresentando rápida evolução para PCR em AESP. A equipe médica local adotou os protocolos de RCP estabelecidos, porém sem sucesso por 20 minutos. Foi solicitado a avaliação ecocardiográfica beira-leito durante as manobras, sendo possível o diagnóstico de derrame pericárdico importante. Após, realizado punção de Marfan e paciente com RCE.
Conclusão: Este relato de caso demonstra a importância do treinamento em ultrassonografia cardíaca direcionada para pacientes vítimas de PCR e serve como sugestão para a incorporação do método também pelas diretrizes internacionais de RCP.