Introdução: O transplante cardíaco (TX) é uma proposta terapêutica para melhora da qualidade e tempo de vida em pacientes com insuficiência cardíaca refratária. Sendo um tratamento complexo, cuja disponibilidade de órgãos para doação é escassa, a avaliação psicológica é preconizada na literatura como um importante instrumento para compreensão de fatores de risco, facilitadores e dificultadores no enfrentamento do tratamento. Apesar da entrevista psicológica semi-dirigida ainda ser o principal instrumento para o psicólogo especialista em transplante, se faz necessária a busca de outros instrumentos que ampliem a avaliação do candidato e identificação de complicadores. Objetivos: Avaliar o uso do teste psicológico As Pirâmides Coloridas de Pfister como instrumento aliado à entrevista psicológica. Método: O Pfister analisa aspectos da personalidade, dinâmica afetiva e habilidades cognitivas; é um teste rápido, de fácil manuseio e aplicação. A literatura mostra que sua aplicação pode auxiliar no processo diagnóstico de Depressão, que pode ser um complicador para realização do transplante. Utilizou-se o Pfister nos pacientes candidatos a transplante cardíaco, tanto em internação quanto em ambulatório. Entrevista semi-dirigida complementou a análise de dados e posterior indicação ou contraindicação ao transplante. Resultados: A amostra se caracterizou por 5 pacientes (3 homens e 2 mulheres), com média de idade de 54±9 anos. Sendo um teste projetivo, onde não há conceito de certo ou errado e possibilidade de manipulação, foi possível identificar características de funcionamento afetivo-emocional como: transtorno de personalidade esquizoide, baixo limiar de tolerância para frustrações, estilo de pensamento desorganizado e depressivo, uso de substâncias e habilidades cognitivas (funções executivas). Todas essas foram identificadas como fatores de contraindicação relativa ao transplante. Assim, com tais questões melhor delineadas, também foi possível traçar metas de cuidado com a equipe médica e multidisciplinar. Além disso, mesmo com o paciente hospitalizado, a aplicação do teste foi possível e não desgastante para o paciente, não havendo necessidade de organização de ambiente recluso e estruturado. Conclusão: O Pfister foi um instrumento facilitador na avaliação psicológica para transplante cardíaco. Deve, portanto, ser contemplado como uma das novas sugestões para o psicólogo de transplante.