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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Pré-operatório de ressecção de colangiocarcinoma em paciente com estenose aórtica importante e doença arterial coronária triarterial.

Gabriel Mostaro Fonseca, Rodrigo Noronha Campos, Rogerio Camargo Pinheiro Alves, Ricardo Saraiva de Carvalho, Ytauan Barros Calheiros, AST Holanda, JC Oliveira, AE Larrovere, PD Teixeira, BG Gustinelli
Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo - SP - Brasil

 

Introdução: A participação do médico cardiologista vem aumentando no cuidado de pacientes oncológicos. A atuação da especialidade envolve, entre outras funções, o acompanhamento e avaliação perioperatória de pacientes que se submeterão a intervenções cirúrgicas com proposta curativa ou paliativa.

Descrição do caso: Um homem de 66 anos hipertenso, diabético, com antecedente de infarto agudo do miocárido e angioplastias coronárias e relato de hepatite há 20 anos foi admitido na nossa instituição para investigação de nódulo hepático. Durante a avaliação inicial, foi diagnosticado com estenose aórtica importante (gradiente VE–aorta 40 mmHg) e doença arterial coronaria triarterial sintomática com indicação de revascularização cirúrgica. Apresentava angina CCS 3 apesar do tratamento medicamentoso otimizado. A ressonância de abdome superior evidenciou uma formação nodular localizada na periferia do segmento hepático IVa medindo 3,3 x 2,8 cm, em contato com tributária da veia hepática média, cuja suspeita para lesão neoplásica primária foi confirmada por PET-Scan. A investigação adicional concluiu se tratar de um colangiocarcinoma sem metástases, com indicação cirúrgica. Considerando o alto risco cardiológico pré-operatório, decidimos preparar o paciente com dois procedimentos precursores: (1) quimioembolização da lesão hepática por meio de cateterização superseletiva e administração de 75 mg de doxorrubicina com esferas carreadores de quimioterápico e, a seguir, (2) troca valvar aórtica por prótese biológica com revascularização do miocárdio (ponte de artéria torácica interna esquerda para descendente anterior e ponte de veia safena para artéria marginal esquerda). Os procedimentos transcorreram sem intercorrências. O paciente recebeu alta hospitalar e, cerca de sessenta dias depois, foi submetido a segmentectomia hepática curativa. O paciente segue estável, em acompanhamento cardiológico e oncológico, sem dor torácica.

Conclusão: O caso ilustra a importância da discussão interdisciplinar para a tomada de decisões clínicas, pois a quimioembolização permitiu a contenção da doença oncológica e, assim, o paciente pôde se recuperar da cirurgia cardíaca e se preparar para a cirurgia hepática com proposta curativa.

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