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AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS ERGOESPIROMÉTRICOS EM PACIENTES PÓS INFECÇÃO POR COVID 19

Cícero José Correia Neto, Natacha Domingues, Alessandra Ormundo Ribeiro, Marcelo Nishiyama, Ana Luiza Guimarães Ferreira, Matheus Cassimiro Partata
HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - - SP - BRASIL

Introdução: O COVID-19 tem sido um desafio para os sistemas de saúde do mundo. Por se tratar de uma doença com grande espectro clínico e com diferentes níveis de gravidade, é significativa a quantidade de pacientes que persistem sintomáticos apesar de terem passado pelo período agudo da doença. O Covid-19 acomete principalmente o sistema pulmonar, mas o componente cardiovascular também pode ser acometido. Sendo assim, o teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) é um exame capaz de avaliar de forma simultânea as respostas cardiovasculares, respiratórias e metabólicas diante do esforço máximo e diferenciar o mecanismo dos sintomas residuais.

Objetivos: Identificar alterações ergoespirométricas nos pacientes pós Covid-19 com necessidade ou não de internação hospitalar.

Métodos: Foram incluídos pacientes maiores de 18 anos que realizaram TCPE de Julho de 2020 a Abril de 2021, de 30 dias até 180 dias do diagnóstico da Covid-19. Estes foram separados em 2 grupos comparativos, internados versus não internados.

Resultados: Excluindo-se pacientes com doenças pulmonares prévias, no total foram avaliados 51 pacientes, com idade média de 43 anos. Dados clínicos como sexo masculino (p=0,008), hipertensão (p=0,006), diabetes (p=0,027), maior  índice de massa corporal (p=0,034) e idade (p=0,001) mostram-se relevantes nos pacientes internados. A queixa de dispneia foi prevalente nos 2 grupos. Em relação aos dados com significância estatística no TCPE, comparando internados e não internados, respectivamente: redução do consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo) 26,3 ±5,1 (77% do predito) e 31,6 ±6,5 (85% do predito) (p=0,006); redução do limiar anaeróbio (VO2 L1) 16,0 ±4,2 e 19,0 ±5,1 (p=0,048); e queda da saturação em 31,3% dos internados e 5,7% dos não internados (p=0,025).

Discussão: Dispneia foi uma queixa comum para estes pacientes, independente da necessidade ou não de internação. Aqueles que evoluíram com necessidade de internação apresentaram maior idade e mais comorbidades, podendo inicialmente justificar a redução da capacidade funcional neste grupo. Porém, dados ergoespirométricos em conjunto evidenciam o predomínio de restrição por troca gasosa, evidenciada principalmente pela dessaturação, sem aumento importante da relação VE/VCO2 slope. Mais da metade dos pacientes internados apresentaram limitação da capacidade funcional e o tempo pós covid não foi um fator significativo.

Conclusão: TCPE é uma ferramenta importante na avaliação funcional e da etiologia da dispneia destes pacientes, principalmente para estratificação de candidatos a reabilitação direcionada.

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