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Miocardite pós-COVID-19: relato de caso e achados diagnósticos

LETÍCIA ARAÚJO TASSINE PENATTI, Bruno Cardoso Gonçalves, Isabela Cristina Bueno Sant-Anna Mendes, Lorena Forner, Illana Silva de Souza, Yasmin Poltronieri Rodrigues, Fernanda Queiroz Aratani, Fabio Guirado Dias
FACULDADE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – FAMERP - - SP - BRASIL

Introdução: A infecção por Coronavírus (COVID-19) iniciada em Wuhan, China, em dezembro de 2019, evolui com estado pandêmico em março de 2020. O acometimento pulmonar é a afecção clínica mais prevalente. Ademais, foram documentados casos de miocardite pelo vírus, nos quais prevaleceram pacientes masculinos, com idade média de 50,4 anos, sendo a maioria sem comorbidades. Notaram-se alterações eletrocardiográficas: elevação difusa do segmento ST, infradesnivelamento de segmento ST e inversão de onda T. Elevação de troponina foi vista em 91% dos casos. Como achados ecocardiográficas tem-se: fração de ejeção reduzida (60%), tamponamento cardíaco (20%) e hipocinesia difusa (30%). Ressonância magnética cardíaca mostrou realce difuso de gadolínio. Na condução clínica, utilizaram-se drogas vasoativas e inotrópicas em 50% e 25% dos casos, respectivamente, e circulação extracorpórea em 17% dos casos. Corticoides, imunoglobulina e colchicina foram utilizados em 53%, 25% e 17% dos casos, respectivamente. A maioria dos pacientes teve boa evolução clínica. Daqueles que evoluíram a óbito, houve concomitância entre miocardite e SRAG por COVID-19. Métodos: Relatar e correlacionar caso clínico atendido em hospital terciário aos dados recentes da literatura sobre miocardite viral secundária a infecção por COVID-19. Resultados: Paciente masculino, 47 anos, admitido em hospital terciário, 30 dias após síndrome gripal por COVID-19, com dispneia progressiva, associada à dispneia paroxística noturna, ortopneia e edema de membros inferiores há uma semana. Negava comorbidades. Exame físico com discreto edema de membros inferiores, sem outras alterações. Exames complementares: eletrocardiograma com ritmo sinusal, área elétrica inativa em parede anterior e ectopias ventriculares isoladas; pro-peptídeo natriurético cerebral (pro-BNP) de 3650; troponina 20,8 (VR <14); ecocardiograma transtorácico: hipocinesia difusa e disfunção sistólica do ventrículo esquerdo, fração de ejeção 27,6%; ressonância magnética cardíaca com realce tardio mesocárdico em junções interventriculares anterior e inferior, anterosseptal, inferosseptal e no segmento septal apical. Paciente recebeu alta após otimização de terapia medicamentosa para insuficiência cardíaca. Conclusões: Em consonância com a literatura, tem-se paciente com idade próxima aos 50 anos, sem comorbidades, com comprometimento miocárdico após infecção por COVID-19, demonstrado em exames como ecocardiograma, troponina e ressonância magnética cardíaca. Semelhante a maioria dos pacientes com tal afecção, observou-se evolução clínica favorável.

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