INTRODUÇÃO:
A pericardite constritiva é o estágio final de um processo inflamatório crônico, principalmente de etiologia idiopática, caracterizado pelo espessamento fibroso e calcificação do pericárdio progressivos, prejudicando o preenchimento diastólico podendo evoluir com insuficiência cardíaca e alta mortalidade. A pericardiectomia é o tratamento definitivo com uma taxa de mortalidade variável a depender das comorbidades e estado clinico do paciente.
MÉTODOS :RELATO DE CASO: Mulher,70 anos, tabagista, dislipidêmica, em uso de carvedilol 12,5mg, aspirina 100mg, sinvastatina 20mg, enalapril 5mg, refere dispneia progressiva há 1 ano, em acompanhamento ambulatorial, com piora da classe funcional há 1 mês, dispneia em repouso, ortopneia e dispneia paroxística noturna. Nega dor torácica, palpitação, edema, tosse e febre. Ao exame físico não apresentava alterações. Possui ecocardiograma prévio com Fração de ejeção de 60%, hipocinesia ínfero-basal, dilatação atrial esquerda acentuada e dissinergia septal. Cateterismo cardíaco sem lesões coronarianas, com calcificação acentuada pericárdica. Exames laboratoriais admissionais sem alterações e eletrocardiograma com alteração da repolarização difusa, com ritmo sinusal. Radiografia de toráx mostra calcificação em região de pericárdio difusa. Realizado Ressonância cardíaca que evidenciou pericárdio com acentuada espessura em região ínfero-basal e presença de calcificações nodulares, hipossinal em todas as sequências, átrio esquerdo de dimensões aumentadas, com volume estimado em 85ml, volume indexado de 49ml/m2, hipocinesia de parede inferior basal, na região do envolvimento pela lesão pericárdica, dissinergia septal e desempenho sistólico preservado. Realce tardio na parede inferior basal, ao redor da área de envolvimento pela lesão pericárdica, de padrão mesocárdico. Remodelamento concêntrico do ventrículo esquerdo com disfunção diastólica de grau leve. Como paciente apresentava-se clinicamente estável foi optado por realização de pericardiectomia durante a internação.
RESULTADOS
Realizado tratamento definitivo com pericardiectomia anterolateral , sem intercorrências no intra e pós operatório. Paciente apresentou boa evolução clinica e resolução dos sintomas. Mantido medicações de uso contínuo.
CONCLUSÕES
A pericardiectomia é indicada uma vez que o diagnóstico de pericardite constrictiva é feito, devido ao risco associado à cronicidade da doença e alta mortalidade. Recomenda-se a intervenção precoce em pacientes com status funcional favorável para melhorar a sobrevida e os desfechos funcionais.
