1. INTRODUÇÃO: As estratégias transcateter para correção de valvopatias vem tornando-se cada vez mais comuns na prática clínica. A TAVI (Transcateter Aortic Valve Implantation) é o tratamento de escolha para pacientes idosos com Estenose Aórtica anatomicamente importante sintomática ou com complicadores, que apresentam risco mais elevado de complicações e morbimortalidade associada a cirurgia convencional. De acordo com os critérios do VARC 3 (Valve Academic Research Consortium) é um procedimento predominantemente seguro, com baixas taxas de complicação. Este relato tem como objetivo descrever complicação pouco comum, porém potencialmente grave do procedimento transcateter: a embolia de prótese.
RELATO DE CASO: Paciente masculino, 71 anos, com Estenose Aórtica Importante, evoluindo com dispneia aos mínimos esforços, classe funcional III da New York Heart Association (NYHA) e angina. Ao Exame, presença de sopro telessistólico ejetivo 3+/6 em foco aórtico com irradiação para carótidas. Escore de Risco cirúrgico pelo STS (Society of Thoracic Surgeons) de: 5.64% e EuroScore: 1,44% em idoso com critérios de fragilidade pelo EFT (Essential Frailty Toolset) sendo optado pela realização de TAVI. Devido limitação de disponibilidade de TAVI transfemoral pelo Sistema Único de Saúde paciente submetido a TAVI transapical. Durante manipulação da prótese ocorreu migração para Aorta descendente, sendo tracionada com laço e expandida em região infrarrenal. Realizado implante de nova prótese em topografia de valva aórtica com sucesso. Paciente evoluiu com melhora significativa dos sintomas em Classe funcional I da NYHA e melhora do gradiente transvalvar (Gradiente médio de 14mmhg).
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: A embolia de prótese é uma complicação cada vez menos comum, ocorrendo em 0.5 a 1% dos procedimentos de TAVI. Pode gerar desde embolização com ancoragem estável em aorta descendente até hipofluxo importante por obstrução da irrigação da aorta e necessidade de abordagem cirúrgica de urgência. Medidas preventivas tornam-se necessárias para redução do risco desta complicação, entre elas, escolha de tamanho adequado da prótese, medida do anel valvar pré procedimento e estimulação cardíaca adequada para permitir ancoragem da prótese.