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Mortalidade e preditores de morte em mulheres e homens com insuficiência cardíaca congestiva de diferentes tipos de cardiomiopatias

Antonio de Padua Mansur, Carlos Henrique Del Carlo, José Antonio Ramos Neto, André Barbosa de Abreu, Airton Roberto Scipioni, Antonio Carlos Pereira Barretto
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Fundamento: A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma das principais causas de morte por doença cardiovascular e anos vividos com incapacidade. Estudos mostraram que as mulheres tiveram melhor sobrevida do que os homens, apesar do maior número de internações em mulheres. No entanto, há evidências de risco associado ao gênero de morte por ICC em diferentes tipos de cardiomiopatias (CMP).

 

Métodos: De fevereiro de 2017 a setembro de 2020, analisamos a mortalidade e os preditores de morte em mulheres e homens com ICC (critérios de Framingham) em cinco tipos de CMP (isquêmica, idiopática, hipertensiva, chagásica e valvopatia). Os dados basais incluíram características clínicas e achados ecocardiográficos. As análises estatísticas foram realizadas com o método de Kaplan-Meier (K-M) e os métodos de riscos proporcionais de Cox para analisar as taxas de mortalidade e buscar preditores de óbito para mulheres e homens para cada CMP.

Resultados: Estudamos 12.015 pacientes, média de idade de 63,8 ± 14,3 anos, 6.637 (55%) do sexo masculino. Para todos os pacientes, o óbito ocorreu em 27,5%, 15,3%, 17,5%, 40,1% e 24,4%, respectivamente, para CMPs isquêmicas, idiopáticas, hipertensivas, chagásicas e valvares (p<0,0001). A ICFEr foi mais prevalente na CMP idiopática (51,2%) e chagásica (49,9%), e ICFEp, nas CMP valvar (80,4%), hipertensiva (51,9%) e isquêmica (44,4%). Comparadas aos homens, as mulheres tiveram maior média de idade, maior fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE) e menor diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (DDVE) para todos os cinco tipos de CMP (p<0,001). Em um período de seguimento de 3 anos, a incidência cumulativa de óbito foi maior em homens com CMP isquêmica (38% vs. 31%; p=0,037) e CMP chagásica (48% vs. 38%; p<0,001), mas semelhante para CMP idiopática, hipertensiva e valvar (Figura). A análise de regressão de Cox para óbito, para cada CMP, ajustada para fatores de confusão como idade, sexo, infarto do miocárdio prévio, diabetes, acidente vascular cerebral (AVC) prévio, doença renal crônica (DRC), fibrilação atrial (FA), qualquer cirurgia cardíaca, marcapasso cardíaco e FEVE mostrou que os homens foram preditores independentes de óbito apenas para CMP chagásica (HR=1,28; 95%CL: 1,08-1,43; p=0,009). Os demais principais preditores de morte foram semelhantes para todos os tipos de CMP, a saber, DRC, AVC, diabetes e FA.

Conclusão: As mulheres tiveram menor risco de morte na CMP isquêmica e chagásica, mas semelhantes aos homens nas CMPs idiopática, hipertensiva e valvar.

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