Introdução - Os portadores de insuficiência cardíaca (IC) evoluem com elevada morbi/mortalidade. Diabetes e a IC tem vários fatores fisiopatológicos comuns. A presença de diabetes (DM2) piora muito o prognóstico da IC. Qual tipo de IC é mais frequente entre os pacientes DM2 e qual o impacto na mortalidade das diferentes formas de IC? Neste estudo procuramos verificar incidência de Diabetes entre os com IC e seu papel no prognóstico nos pacientes de um grande hospital terciário de São Paulo.
Métodos – Estudamos todos os pacientes atendidos num Hospital terciário de São Paulo no ano de 2017, verificamos os casos registrados com código I50 e dentre eles aqueles com diagnóstico de diabetes e os comparamos com os sem diabetes. Os pacientes foram seguidos até 2020. Avaliamos os dados demográficos e a mortalidade.
Resultado – Em 2017 passaram pelo Hospital 13.121 pacientes com IC. Dentre eles 2.356 (17,9%) tiveram o diagnóstico de diabetes. Considerando o tipo de IC entre os diabéticos 1.045 (45,6 %) apresentaram FE>50%, 283 (11,9%) FE 40-49% e 999 (42,4%) FE <40%. Os pacientes com ICFEp eram mais velhos, predominando mulheres. A doença coronária foi diagnosticada em 49% dos diabéticos, sendo descrito IAM em 24,0% dos diabéticos contra 10,7% entre os sem diabetes. A incidência de insuficiência renal também foi maior entre os diabéticos (22,3% vs 8,00%). A mortalidade foi 2,4 vezes maior entre os diabéticos (41,4% vs 17,2%) do que entre os não diabéticos. A mortalidade foi maior nas três formas de IC (figura 1).
Conclusões – A presença de diabetes piora muito o prognóstico dos portadores de IC, tanto nos com ICFEp como nos com ICFEr. A ICFEp foi a forma mais frequentes de IC entre os diabéticos e esses pacientes tiveram melhor evolução do que os com ICFEr. A doença coronária foi a cardiopatia em quase metade dos pacientes com IC.