Introdução: Pacientes com insuficiência cardíaca e fração de ejeção reduzida (ICFER) apresentam grande prejuízo na qualidade de vida (QV) e capacidade laboral e tolerância ao exercício. Estudar fatores possivelmente determinantes para esse prejuízo é de extrema importância. Objetivo:Correlacionar marcadores clínicos e ecocardiográficos com qualidade de vida e capacidade funcional (CF) em pacientes com ICFER acompanhados em umm ambulatório multidisciplinar de IC. Métodos: Estudo prospectivo transversalrealizado em pacientes que iniciaram tratamento em um ambulatório de IC com FE <50% de um hospital universitário, submetidos à avaliação clínica, ecocardiograma transtorácico, teste de caminhada de seis minutos (TC6), questionário de QV Minnesota e questionário de capacidade de atividade física VSAQ. A análise de regressão múltipla foi realizada para avaliar quais fatores estavam associados à piora CF e QV desses pacientes. Resultados: Foram incluídos 18 pacientes, com média de idade de 61 ± 13 anos, em NYHA I (28%), II (44%) ou III (28%), FE do ventrículo esquerdo (VE) de 35 ± 14%, E’septal de 5,9 ± 2,7 cm/s e E/E’de 14 ± 6. E/E’mitral em modelo de regressão ajustado para idade e FEVE foi o único fator associado à piora da QV (p=0,006) e maior grau de sedentarismo (p=0,02). Idade (p=0,04) e o E/E’ foram os únicos fatores associados a menor distância percorrida no TC6 (p=0,003). Conclusão: Considerando a amostra estudada de pacientes que ingressam em ambulatório multidisciplinar de ICFER, a presença de disfunção diastólica simbolizando aumento da pressão de enchimento do VE foi o principal fator relacionado à piora da CF e da QV.
Palavras-chaves: disfunção sistólica do ventrículo esquerdo, pressão de enchimento do ventrículo esquerdo; tolerância ao exercício físico; teste de caminhada de 6 minutos.