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Papel da liraglutida na atenuação da disfunção cardíaca induzida pela doxorrubicina em ratos

Carolina R Tonon, Paola S Balin, Marina G Monte, Danilo Malmonge, Natalia F Ferreira, Katashi Okoshi, Marina P Okoshi, Marcos F Minicucci, Paula S Azevedo, Bertha F Polegato
FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - - SP - BRASIL

O câncer é umas das principais causas de morte no mundo. Apesar da doxorrubicina (dox) ser um quimioterápico efetivo, apresenta a cardiotoxicidade como principal efeito colateral, limitando o tratamento e prejudicando a qualidade de vida dos pacientes. Não existe tratamento eficaz para prevenir a cardiotoxicidade. Análogos de GLP-1, como a liraglutida, diminuem o estresse oxidativo e a inflamação, mecanismos envolvidos na fisiopatologia da cardiotoxicidade. Objetivos: Avaliar o papel da liraglutida na atenuação da disfunção cardíaca induzida pela dox em ratos. Métodos: 62 ratos Wistar machos foram alocados em 4 grupos: Controle (C), Dox (D), Liraglutida (L) e Dox + Liraglutida (DL).  Os grupos L e DL receberam liraglutida (0,6mg/kg, SC) diariamente por 2 semanas e os grupos C e D receberam salina em volume equivalente. Após 12 dias, os grupos D e DL receberam dose única de dox (20mg/kg, IP) e os grupos C e L de salina. Após 48 horas da injeção de dox, foram realizados ecocardiograma e estudo do coração isolado. Análise estatística: ANOVA de uma via. Resultados: Nos primeiros 12 dias, houve redução da ingestão de ração e do peso nos grupos L e DL. Após a administração de dox, houve redução do peso nos grupos D e DL, mais pronunciada no grupo DL. Houve prejuízo na função sistólica após o tratamento de dox, evidenciado pela diminuição do S' ao doppler tissular[C: 3,7 (3,2-4,2); D: 3,1 (3,0-3,5); L: 3,8 (3,4-4,0); DL: 2,9 (2,7-3,0) cm/s, p<0,001] e da velocidade de encurtamento da parede posterior (C: 39 ± 4,5; D: 32 ± 2,5; L: 41 ± 5,0; DL: 30 ± 2,9 mm/s; p<0,001).  A liraglutida não promoveu melhora dessas variáveis. Em relação à diástole, os grupos D e DL apresentaram redução da onda E (C: 77 ± 11; D: 57 ± 9; L 74 ± 7; DL: 53 ± 10; p<0,001) e onda A (C: 57 ± 14; D: 47 ± 10; L: 56 ± 17; DL: 40 ± 10, p=0,002). Adicionalmente, no grupo DL houve aumento do tempo de relaxamento isovolumétrico corrigido pela frequência cardíaca quando comparado aos grupos C, L e D (C: 54 ± 4,9; D: 58 ± 8,0; L: 51 ± 6,1; DL: 65 ± 8,8; p<0,001). No estudo do coração isolado, o tratamento com dox reduziu as derivadas pressão-tempo positiva (C: 4518 ± 1469; D: 2083 ± 534; L: 4125 ± 647; DL: 2150 ± 399 mmHg/s; p<0,001) e negativa (C:2679 ± 886; D: 1292 ± 504; L: 2896 ± 496; DL: 1413 ± 285 mmHg/s; p<0,001) e os grupos D e DL mostraram valores similares. Conclusões: A administração de liraglutida não atenuou a disfunção cardíaca induzida pela doxorrubicina. 

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16 à 18 de junho de 2022