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Pseudoaneurisma de ventrículo esquerdo (VE) roto associado a hemopericárdico após infarto do miocárdio (IM): um relato de caso

HELENA GARCIA BETINARDI BERNARDI, Thaís dos Santos Vieira, Jorge Henrique Yoscimoto Koroishi, Victor Gualda Galoro, Luiza Perna Toledo de Abreu, Camila Rodrigues de Abreu, Janaina Borges Pereira
HOSPITAL DO CORAÇÃO - - SP - BRASIL

Introdução: O pseudoaneurisma de VE é uma complicação mecânica grave e rara do IM (0,2 a 0,3%), formado pela ruptura da parede muscular e contido pelo pericárdio aderente ou tecido cicatricial, deixando-o mais propenso à ruptura1-3. Associado a alta mortalidade, seu diagnóstico pode ser um desafio devido a sintomas inespecíficos. 

Metodologia: Informações obtidas por revisão de prontuário, equipe médica, registro de exames e revisão de literatura.

Resultados e discussão: Masculino, 76 anos, hipertenso, atendido por dor torácica ventilatória-dependente, dispneia e sudorese há 1 dia; hipotenso, eletrocardiograma com área inativa na parede inferior, troponina e função renal alteradas. Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) com fração de ejeção do VE (FEVE) de 44%, imagem duvidosa de aneurisma de parede inferolateral com derrame pericárdico difuso e sinais incipientes de restrição em átrio direito, pelo doppler colorido com aparente fluxo da parede lateral de VE para o pericárdio; realizado contraste intracavitário que descartou essa possibilidade. Diante dos achados, optado por melhora da função renal e posterior cineangiocoronariografia, com lesões graves multiarteriais; seguida de drenagem cirúrgica do derrame (600ml hemático). Ressonância magnética (RM) de coração: FEVE 25%, pseudoaneurisma em segmento inferolateral mediobasal com sinal de ruptura recoberta por trombo, realce tardio miocárdico transmural, sem viabilidade miocárdica nesses segmentos. Realizada cirurgia de revascularização do miocárdio (CRVM) com pseudoaneurismectomia, confirmado diagnóstico do achado pela RM. Paciente recebeu alta no 8° dia de pós operatório com recuperação parcial da função ventricular, sem recidiva do derrame pericárdico. 

Pacientes com isquemia extensa permanecem em risco de complicações mecânicas do IM4. O pseudoaneurisma de VE pode surgir semanas ou anos após IM e evoluir com insuficiência cardíaca, dor torácica e dispnéia, sendo 10% diagnosticados acidentalmente5,6. O ECOTT é um bom exame inicial para rastreio e diagnóstico diferencial, porém a tomografia computadorizada e a RM são mais acuradas e úteis na distinção de aneurisma verdadeiro; e a angiografia é o método mais fidedigno7-9. Seu tratamento pode ser tanto por reparo percutâneo como cirúrgico, método com mais evidência, inclusive se associado à CRVM.

Conclusão: Descrito caso de pseudoaneurisma de VE roto recoberto por trombo, após IM, associado a com hemopericárdio. Diagnóstico confirmado por RM do coração, compatível com achado intraoperatório e tratamento cirúrgico com sucesso.

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