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Disfunção sistólica subclínica precoce detectada pelo strain sistólico bidimensional speckle tracking em pacientes com amiloidose TTR hereditária

L. Squassante Capeline, G.S. Lobo Oishi, F. G. M. Naylor, P. S. Souza, F. J. N. Mancuso, A. S. Bulle Oliveira, V. Ambrosio Moises
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - Brasil

 

Introdução: A Amiloidose Transtirretina (ATTR) é uma causa genética rara de cardiomiopatia restritiva hereditária potencialmente fatal. A disponibilidade de testes genéticos possibilitou identificar portadores sem amiloidose cardíaca (AC). A ecocardiografia speckle-tracking bidimensional (2D-STE) tem sido a base do rastreamento e vigilância de diversas doenças cardíacas subclínicas. Entretanto, não há relatos da 2D-STE para a análise cardíaca na população de portadores genéticos sem AC. Procuramos estudar os índices globais e regionais de strain biventricular em indivíduos com história familiar de ATTR associada a estudo genético positivo para mutação da transtirretina podem desenvolver alterações cardíacas antes mesmo da manifestação clínica da doença.

Métodos: Pacientes com genótipo transtirretina positivo (TTR+) sem sintomas cardiovasculares foram identificados e pareados com controles saudáveis. Todos foram submetidos a um ecocardiograma completo usando um protocolo padronizado: dimensões 2D, Doppler tecidual e parâmetros 2D-STE foram analisados.

Estatística: Dados são relatados como médias com desvio padrão (±DP) ou mediana com intervalo interquartil [IQR]. As estatísticas realizadas foram testes paramétricos e não paramétricos, com valor de p < 0,05 aceito como significativo. A fim de identificar variáveis que pudessem estar associadas a pacientes com genótipo TTR+, foi proposta uma análise de regressão logística múltipla.

Resultados: Foram estudados 31 indivíduos TTR+ e 34 controles. As características dos parâmetros demográficos e ecocardiográficos estão detalhadas na Tabela. Não houve diferença significativa nas dimensões da câmara, comprimento ou fração de ejeção entre os grupos. Em comparação com os controles, a espessura da parede do ventrículo esquerdo e o índice de massa foram maiores no TTR+ (Tabela). A média E/e' tendeu a ser maior no TTR+ (tabela). O strain circunferencial e longitudinal global do VE foi significativamente menor no TTR+ (-28 ±4% vs. -21 ±4%, -25 ±2% vs. -19 ±3%, p<0,001 para todos). O straindo VD também foi menor no grupo TTR+ (-25 ±5% vs. -18 ±4%, p<0,005). Além disso, houve redução significativa na deformação longitudinal basal, média e apical no grupo TTR+ (Tabela). Os preditores de teste genético positivo foram strain longitudinal global (razão de chances ajustada [IC 95%], 2,46 [1,30-4,62]; p=0,005) e E/e' médio (2,04; [1,09-3,91]; p=0,025).

Conclusão: O strain biventricular global e regional foi reduzido em indivíduos com TTR geneticamente comprovada antes do desenvolvimento de amiloidose cardíaca.

 

 

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