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O uso da doxazosina no manejo pré-operatório de tumor produtor de catecolaminas.

Osvaldo Fritzen de Lima, Marina Macedo Kuenzer Bond
Curso de Pós-Graduação em Cardiologia da SBC/INC/INCA - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução: Os feocromocitomas são tumores que se originam das células cromafins e podem se desenvolver na medula suprarrenal. Esses tumores secretam grande quantidade de catecolaminas, o que leva a um conjunto de efeitos metabólicos, sendo a hipertensão arterial refratária a manifestação mais frequente. As manifestações clínicas são promovidas pela hiper­secreção das catecolaminas, que propiciam os sintomas cardiovasculares. Relato de caso: Paciente de 63 anos, sexo feminino, branca. Possui como antecedentes prévios quadro de hipertensão arterial sistêmica (HAS) resistente, dislipidemia, obesidade grau I, doença aterosclerótica coronariana com angioplastia para coronária direita, doença carotidea com angioplastia de carótida interna esquerda. Relato de internação prévia por crise hipertensiva. Realizada a investigação clínica do quadro de hipertensão arterial secundária através de exames laboratoriais (catecolaminas plasmáticas e metanefrinas urinárias) e de exame de imagem (tomografia computadorizada de abdome), sendo diagnosticado tumor na adrenal esquerda secretor de catecolaminas, provável feocromocitoma, confirmado posteriormente por exame anatomopatológico. Durante a avaliação cardiológica pré-operatória de adrenalectomia, a paciente apresentava HAS descompensada, com pressão arterial aferida de 190x110 mmHg. Estava em uso de AAS 100mg, clopidogrel 75mg, atorvastatina 40mg, enalapril 20mg 12/12 horas, carvedilol 12,5mg de 12/12 horas, anlodipina 10mg 12/12 horas, hidroclorotiazida 25mg e espironolactona 25mg. Realizada a suspensão do beta-bloqueador até atingir a meta de alfa-bloqueio. Após, fora realizado o acréscimo da doxazosina como alfa-bloqueador de escolha, sendo iniciado na dose de 4mg de 12/12 horas com progressão da dose diária para 16mg. Na sequência, reintroduzimos o beta-bloqueador até a dose prévia. Com a obtenção do controle pressórico adequado (pressão arterial inferior 140/90mmHg), a paciente foi encaminhada ao procedimento cirúrgico de adrenalectomia esquerda por via videolaparoscópica. Discussão: O uso do alfa bloqueador no pré-operatório dos pacientes com feocromocitoma tem como objetivo tratar a hipertensão arterial e evitar paroxismos, sendo nesse caso optado pela doxazosina devido ao seu baixo custo e acesso pelo sistema único de saúde (SUS). Conclusão: O uso da doxazosina demonstra-se como uma alternativa eficaz entre os alfa-bloqueadores, permitindo um manejo clínico adequado nos casos de hipertensão arterial resistente em pacientes com feocromocitoma

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