INTRODUÇÃO E OBJETIVO
Cerca de 2% dos pacientes pediátricos com defeitos septais cardíacos congênitos amplos (não restritivos) e sinais clínicos pré-operatórios de hipertensão pulmonar (HP) estão sob risco de evoluir com HP após correção cirúrgica de anomalia. Neste estudo, procurou-se avaliar parâmetros clínicos registráveis a beira leito como possíveis preditores do nível de pressão arterial pulmonar após a eliminação de shunt cardíaco (saída da circulação extracorpórea – CEC).
MÉTODO
Foram acompanhados 60 pacientes com idade entre 3 e 35 meses, portadores de comunicação interventricular ou defeito septal atrioventricular e pressão média arterial pulmonar (ecocardiografia) 47 (33 – 56) mmHg (mediana e intervalo interquartílico). Foram avaliados como preditores: idade, peso, altura, presença de síndrome de Down, tipo de anomalia cardíaca, pressão arterial sistêmica e saturação periférica de oxigênio basal (SatO2). Como desfecho, avaliou se a razão pressão média arterial pulmonar/ sistêmica após a CEC (PAP/PAS pós - CEC).
RESULTADOS
Na análise univariada, o tipo da anomalia cardíaca (p=0,024) e a SatO2 (p=0,008) apareceram como possíveis preditores. Na avaliação multivariada, apenas a SaTO2 sustentou – se como preditor (p= 0,008). Cada redução de um ponto percentual na SaTO2 pré-operatória implicou aumento de 21% na chance de ocorrência de PAP/PAS pós CEC acima de 0,40 (ou 40%): OR 1,21, IC de 95% 1,01 a 1,44, (p = 0,038).
CONCLUSÃO
Concluiu-se que a SatO2 pré-operatória, uma variável de simples obtenção a beira leito, se reverte de importância na predição da situação hemodinâmica pulmonar após correção da anomalia cardíaca. Esta informação é relevante para o planejamento do manejo pós-operatório.