Introdução
A depressão é a quinta doença mais frequente em saúde pública e torna-se um fator de risco para síndromes coronarianas agudas (SCAs) uma vez demonstrado seus efeitos deletérios a saúde de cardiopatas. Em adição, transtornos depressivos estiveram também presentes em cerca de 30 a 50% dos pacientes que apresentam síndrome coronariana aguda. A depressão e a doença cardiovascular é citada pela organização mundial da saúde como condições que produzem grave debilitação, dispendendo relevantes recursos em saúde e produzindo impacto sobre a qualidade de vida do paciente. O conhecimento acerca dos aspectos associados a depressão e as SCAs são uma oportunidade de proporcionar atenção e esforços as condições ofensoras, justificando a realização do presente estudo. O objetivo do presente estudo é identificar os fatores associados a depressão em pacientes que sofreram síndrome coronariana aguda.
Método
Trata-se de estudo transversal exploratório descritivo, realizado após aprovação em CEP (CAAE: 48934021.4.0000.0071), em pacientes com idade acima de 18 anos, internados com diagnóstico de SCA como motivo de internação entre o período março de 2019 a dezembro 2020.
O questionário Patient Health Questionnaire (PHQ2) foi aplicado 30 dias após a alta via contato telefônico. PHQ2 é um instrumento de diagnóstico de depressão baseado em critérios Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. A escala apresenta 2 perguntas com sensibilidade e especificidade equivalentes aos grandes questionários previamente empregados.
Análise Estatística
Foram aplicados os testes qui-quadrado, teste exato de Fisher e teste da razão de verossimilhanças nas variáveis: gênero, idade; nas variáveis relacionadas a internação: diagnóstico, tipo de IAM, Killip, intervenção percutânea, IMC, cirurgia cardíaca; e variáveis relacionadas a histórico clinico: choque cardiogênico, insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, AVC, diabetes, IAM, DPOC, insuficiência renal e cirurgia cardíaca.
Resultados
Pacientes que sofreram IAM com supra (p = 0,025), apresentaram Killip de admissão elevado (p = 0,020), necessitaram de realização de intervenção percutânea (p = 0,004) e apresentavam histórico prévio de IAM (p = 0,007) e DPOC apresentaram maior associação com o desfecho depressão.
Conclusões
Considerando o impacto da depressão a qualidade de vida, deve ser proporcionado apoio e assistência dedicada aos grupos de maior risco considerando sinais de alerta relacionados.
