Introdução: A pandemia por COVID-19 provocou inúmeras mudanças na rotina e hábitos de vida de toda a população mundial. A preocupação com saúde dos indivíduos se tornou de grande importância entre autoridades governamentais e profissionais de saúde. Destaca-se não somente o atendimento nos casos de COVID, como também o controle de condições crônicas para se evitar complicações e sequelas. Nesse cenário é de extrema relevância o acompanhamento e estímulo a adoção de hábitos de vida saudável entre populações de risco, tendo em vista o cenário de mudança no cotidiano e a potencialidade de gravidade e efeitos deletérios na população, em especial aos portadores de doença cardiovascular (DCV) ou com fatores de risco para tal. Objetivo: analisar o consumo de álcool entre portadores de doença cardiovascular durante a pandemia por COVID-19. Método: web survey, em bola de neve, divulgado em redes sociais. Selecionados usuários dos serviços de saúde brasileiros, maiores de 18 anos, com acesso à internet. A coleta de dados foi questionário eletrônico validado para este estudo, na resolução 466/2012 sobre pesquisa com seres humanos. Resultados: 798 brasileiros entre 18 e 79 anos participaram do estudo, 74% mulheres e 26% homens. Entre os participantes 56,9 % (n=454) referiram o hábito de consumir bebidas alcoólicas, sendo que destes 179 (39,4%) fazem tratamento de saúde, e doenças como Hipertensão Arterial, insuficiência cardíaca, arritmias, diabetes, dislipidemia correspondem a 106 (23,3%). Ainda 127 (28%) participantes referiram ter aumentado, mantido e até mesmo retornado ao consumo de álcool durante o período de isolamento social. Já 321 (40,2%) informaram não ter o hábito de ingerir bebidas alcoólicas, e por outro lado, 23 (2,88%) afirmaram cessar essa ingesta. Dentre os que não consumiam ou cessaram, 153 (44%) são portadores de doença do aparelho circulatório e ou fatores de risco para a saúde cardiovascular. Conclusão: Identificamos o hábito de consumir bebidas alcoólicas entre a população geral e o mesmo se manteve entre portadores de doença cardiovascular, representando assim um fator de risco para complicações no status de saúde. Frente aos desafios vivenciados durante a pandemia e o isolamento social, os dados levantados reforçam a necessidade de orientações e acompanhamento constante a fim de evitar agravos e não aderência a tratamentos e melhora nos hábitos de vida frente as mudanças sociais enfrentadas.
