Introdução: Nas sessões dos Programas de Reabilitação Cardíaca (PRC), os pacientes podem apresentar sinais e sintomas, que podem preceder a ocorrência de eventos adversos graves. O sobrepeso e a obesidade estão relacionados a um risco maior de morbidade por doenças cardiovasculares em comparação com o índice de massa corporal (IMC) normal. Além disso, alguns estudos reportaram uma relação entre um maior IMC e a ocorrência de eventos adversos graves. Nesse contexto, investigar se o IMC está relacionado a ocorrência de sinais e sintomas em PRC pode auxiliar na estratificação de risco dos pacientes e assim, contribuir para o aumento da segurança nesses programas. Dessa forma, este estudo teve como objetivo avaliar a relação entre o IMC com a ocorrência de sinais e sintomas em PRC. Métodos: Foram avaliados 68 voluntários (65,81±11,67 anos) com diagnóstico de doença cardiovascular e/ou fatores de risco cardiovascular que frequentam um PRC regularmente. Inicialmente, os voluntários tiveram o peso corporal mensurado por meio de uma balança digital e a altura por meio de um estadiômetro, e a partir dos dados obtidos, foi calculado o IMC (peso/altura²). Em seguida, os voluntários foram acompanhados durante 24 sessões de PRC para a avaliação da ocorrência dos sinais e sintomas. Foram analisados ao final de cada etapa da sessão de reabilitação cardíaca (repouso inicial, aquecimento, resistência e relaxamento) e contabilizados por sessão os seguintes sinais e sintomas: alterações de pulso, dor muscular, fadiga, angina, náusea, tontura, pressão arterial sistólica acima de 200 mmHg, palidez, taquipneia, pressão arterial diastólica acima de 120 mmHg e câimbra. Análise estatística: Para avaliar a relação entre os valores do IMC e a ocorrência de sinais e sintomas foi utilizada a correlação de Pearson ou Spearman, dependendo da normalidade dos dados (Shapiro-Wilk), com nível de significância de <0,05. Resultados: O IMC médio da amostra foi de 28,64±4,23 kg/m2 (mínimo: 19,77; máximo: 38,55 kg/m2). Dos 528 sinais e sintomas observados durante as 24 sessões, alteração de pulso (260 ocorrências), dor muscular (98 ocorrências) e fadiga (85 ocorrências) foram os mais prevalentes. Foi observada correlação positiva significativa entre IMC e a ocorrência de dor muscular(r=0,274; p=0,02). Não foram observadas correlações significativas entre IMC e o total de sinais e sintomas ou com os outros sinais e sintomas observados (p<0,05). Conclusão: Maior IMC está relacionado a ocorrência de dor muscular durante as sessões de PRC.