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Relato de Caso: Tromboembolismo pulmonar associado a trombo em trânsito

Thiago Yoshio Oyama, Maria Elisa Falque Fiel da Silva, Bruno Kazuo Konta, Rafaela Torres Viscone, Lígia Rocha Chaim, Jamil Ali Murad Junior, Beatriz Lopes Franco
FACULDADE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – FAMERP - - SP - BRASIL

Caso clínico: Mulher, 75 anos. Com antecedentes de fibrilação atrial crônica e fratura de fêmur há 30 dias por queda da própria altura em uso de rivaroxabana 20mg uma vez ao dia. Admitida na unidade de emergência devido tosse associada a hemoptise e dispneia, FC: 110 bpm, PA: 140x80 mmhg e saturação 91% em ar ambiente. Realizado angiotomografia de tórax com confirmação de Tromboembolismo pulmonar comprometendo ramos arteriais segmentares em pulmão esquerdo. Ao exame ecocardiográfico à beira leito visualizou-se trombo em migração, serpinginoso, em átrio direito com invaginação ao ventrículo direito (trombo em trânsito) medindo cerca de 10cm, além de hipocinesiadifusa ventricular esquerda com disfunção discreta e função ventricular direita preservada. A paciente foi encaminhada à UTI recebendo anticoagulação plena com heparina não fracionada.

Após 8 dias, foi realizado novo ecocardiograma com novos achados:  aumento biatrial, insuficiência tricúspide moderada, Pressão sistólica de ventrículo direito: 50 mmhg e sinais de hipertensão pulmonar. Em relação ao exame anterior, não foi observado trombo, sendo então optado por nova angiotomografia de tórax que mostrou  extensa falha enchimento endoluminal em tronco e artérias pulmonares principais direita e esquerda (aspecto de “trombo a cavalera”). Apesar disto, a paciente mantinha estabilidade clínica. Permaneceu internada em leito de enfermaria para anticoagulação com rivaroxabana, investigação hematológica adicional devido piora de plaquetopenia basal por provável Trombocitopenia induzida por heparina e também, avaliação de trombofilia visto quadro de trombose em vigência de anticoagulação.

Discussão: Trombos livres em câmaras direitas são denominados trombos em trânsito, um achado raro (4% de casos de tromboembolismo pulmonar) e associados a uma elevada mortalidade intra-hospitalar. Ainda é controversa na literatura a terapêutica apropriada para pacientes com trombo em trânsito, com estudos demonstrando resultados favoráveis à trombólise em relação a anticoagulação plena e embolectomia cirúrgica. No caso apresentando, devido a estabilidade hemodinâmica e plaquetopenia, foi optado por manter apenas anticoagulação plena.

Conclusão: Apesar de complicações trombóticas ocorrem com frequência em pacientes ortopédicos em pós operatório, o achado de trombo em trânsito é raro. E apesar de possuir elevada taxa de mortalidade, a paciente em questão permaneceu estável durante a internação apesar da migração de alta carga trombótica para a artéria pulmonar. Mantendo-se portanto em terapia conservadora.

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