As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, dentre as quais a doença arterial coronariana (DAC) é considerada a mais prevalente e associada à aterosclerose. A hipertensão arterial sistêmica (HAS), a obesidade, o etilismo, o tabagismo, o sedentarismo, as dislipidemias e o diabetes mellitus são fatores de risco para o desenvolvimento e agravo da DAC. Intentou-se analisar e acompanhar a estratificação de risco cardiovascular associado à hipertensão arterial em duas coortes de pacientes atendidos pela Atenção Básica. Fez-se um estudo do seguimento de coortes para coleta de dados de prontuários de pacientes Atenção Primária à Saúde de Senhor do Bonfim, Bahia. Selecionou-se 59 indivíduos com HAS (CHAS) e 35 sem hipertensão (SHAS) para coleta dados dos respectivos prontuários, em dois momentos distintos, para acompanhamento e análises estatísticas. Usou-se três estimativas de escores de risco, Framingham (ERF), PROCAM e GLOBAL, para minimizar as possíveis tendências de distorção por superestimação ou subestimação. As análises estatísticas foram desenvolvidas no programa GraphPad Prism. Verificou-se que, para o ERF houve diminuição do baixo risco do momento 1 (29%;16) para o 2 (9%;5); médio risco seguiu a mesma tendência (61%;34 - 54%;30), porém em alto risco houve amento (11%;6 - 38%;21). Por PROCAM houve aumento em baixo risco (13%;7 – 38%;21), em médio risco (36%;20 – 29%;16) e alto risco (52%;29 – 34%;19) houve redução. Pelo GLOBAL houve redução total de baixo risco (4%;2 – 0%), médio risco reduziu (16%;9 – 9%;5), mas alto risco que aumentou (80%;45 - 91%;51). Dentre todas as variáveis, apenas HDL (p=0,0056), pressão sistólica (p=,0,0236) a glicose (p=0,0041) mostraram diferenças significativas de seus valores entre CHAS para NHAS. Os indivíduos com HAS apresentam 10,1 vezes maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares em 10 anos por ERF, enquanto para PROCAM, os indivíduos hipertensos têm 7,6 vezes mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares em 10 anos e para o GLOBAL, os pacientes têm 3,8 maior probabilidade em comparação aos indivíduos não hipertensos. Portanto, o aumento do risco cardiovascular nos hipertensos é progressivo ao longo do tempo e superior ao dos não hipertensos. Há aumento do risco cardiovascular também para os sadios, porém é muito reduzido.