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Obesidade metabolicamente saudável em uma população jovem adulta assistida por uma unidade da Estratégia Saúde da Família no Rio de Janeiro

Ana Rachel Bucar, Carlos Moura, Clara Avelar, Diego Calvão, Gabriela Jardim, Ivan Costa, Juliana Garcia , Rodney Barberá, Rodrigo Vinuto, Elizabeth Muxfeldt
IDOMED-UNESA-Curso Medicina-Campus Vista Carioca - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

Introdução: A obesidade está associada a um alto risco cardiovascular (CV), porém ainda não está claro se a obesidade metabolicamente saudável (MS) possa ter um menor risco CV ou se é apenas uma fase mais precoce da doença.

Objetivo: Avaliar a prevalência e os fatores de risco CV associados à obesidade MS ou não em uma população jovem assistida por uma unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF).

Métodos: Trata-se de um estudo populacional transversal para avaliação de risco CV em adultos entre 20-50 anos de uma unidade de ESF no Rio de Janeiro. Dados demográficos, antropométricos e fatores de risco CV foram registrados. Todos foram submetidos ao protocolo padrão: 2 aferições da pressão arterial  de consultório, Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA), avaliação laboratorial (perfil lipídico e glicídico) e função renal (creatinina e albuminúria). Foram aplicados questionários de rastreio de apneia obstrutiva do sono (AOS): STOP-BANG e Escala de Sonolência de Epworth.

Obesidade foi definida como IMC ≥ 30 kg/m2 e os MS são aqueles que têm menos de 3 dos seguintes critérios: hipertensão arterial, diabetes, colesterol total ≥ 200 mg/dL, HDL < 40 mg/dL em homens e 50 mg/dL em mulheres, triglicerídeos > 150 mg/dL e circunferência abdominal aumentada.

Resultados: Foram avaliados 632 indivíduos (60,4% do sexo feminino, média de idade 36,6 ± 9,0 anos). A prevalência de obesidade foi 25,5% (161 indivíduos), dos quais 117 (72,7%) indivíduos foram classificados como MS.

Obesos são mais velhos, com maior prevalência de sedentarismo (51% vs 41%, p=0,03), hipertensão arterial sistêmica (HAS) (44% vs 19%, p<0,001), dislipidemia (50% vs 36%, p=0,002) e diabetes  (7% vs 2%, p=0,001) com pressão arterial sistólica mais elevada no consultório e na MRPA, além da frequência cardíaca mais elevada. Apresentaram também pior perfil lipídico além de alto risco para AOS avaliados pelos 2 questionários.Os indivíduos classificados como obesos MS comparados aos não MS são significativamente mais jovens e fumam menos. Apesar de obesos, têm menor IMC (33,6 vs 35,2 kg/m2, p=0,02) e circunferência abdominal (102 vs 110 cm, p=0,03), com menor pressão arterial diastólica e menor frequência cardíaca. Como esperado têm menor prevalência de HAS e melhor perfil metabólico. Esses indivíduos apresentam menor risco de AOS.

Conclusão: A obesidade MS foi mais prevalente nessa população jovem e parece ter um menor risco CV, no entanto, não está claro se esses indivíduos mais jovens e menos obesos estão apenas em um estágio inicial da doença. 

 

 

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