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ANOMALIA DE ARTÉRIAS CORONÁRIAS: RELATO DE CASO

Mayra Pereira Souza Barros, João Paulo Cerqueira Vieira, Luiz Flávio Andrade Prado, Bruno José Santos Lima, Nayane Nazareth Ferreira Lima, Roberto Cardoso Barroso, André Paixão Bastos, Eduardo José Pereira Ferreira, Rafael do Amor Xavier, Renato Leal Varjão
Hospital de Cirurgia - Aracaju - SE - Brasil

INTRODUÇÃO: As anomalias das artérias coronárias (AAC) são alterações congênitas ao nível da origem, trajeto e estrutura das artérias coronárias. A origem e o trajeto proximal das artérias coronárias anômalas são os principais fatores preditivos de gravidade. Ela constitui a segunda causa mais frequente de morte súbita de origem cardiovascular em atletas competitivos e pode ser causa de insuficiência cardíaca e morte em lactentes. Neste artigo, será descrito um caso de uma paciente com angina instável há 6 meses finalmente diagnosticada com a doença. RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, 35 anos e sem comorbidades, deu entrada em Pronto Socorro com quadro de angina instável. Há 6 meses vinha em investigação ambulatorial para dor torácica. Realizou teste ergométrico, submáximo e positivo para isquemia miocárdica, bem como angiotomografia (AngioTC) de coronárias que evidenciou origem anômala do tronco de coronária esquerda, originado em seio coronário direito e com trajeto maligno entre a aorta e a artéria pulmonar (Imagem 1). Foi iniciada terapia oral com antianginosos. Evoluiu de maneira refratária ao tratamento medicamentoso, apresentando piora do quadro anginoso com aumento da frequência e intensidade, aparecendo em repouso e com dispneia associada (ccs4). Procurou o pronto socorro e foi internada para abordagem cirúrgica. Para melhor visualização do leito coronariano, foi realizado um cateterismo pré-operatório. O procedimento realizado pela cirurgia cardiovascular foi ponte da artéria mamária interna direita para marginal e da artéria mamária interna esquerda para descendente anterior. A paciente evoluiu sem intercorrências no pós operatório. DISCUSSÃO: O diagnóstico das AAC constitui um desafio, uma vez que os pacientes são habitualmente assintomáticos e o exame objetivo não revela alterações. A American Heart Association considera a AngioTC cardíaca um método adequado no diagnóstico das AAC. Uma vez diagnosticada, as AAC devem ser cirurgicamente corrigidas com prontidão para prevenção de complicações e sequelas próprias da história natural da doença. CONCLUSÕES: Ainda que rara, é uma condição letal se não diagnosticada e tratada precocemente. Após confirmação clínica da doença, a terapêutica cirúrgica apresenta uma opção viável e, no geral, com bom prognóstico. Por se tratar de uma doença rara, novos estudos ainda são necessários para determinação de um rastreamento eficaz e tratamento ideal para cada paciente.

 

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