Introdução: A persistência de hipertensão arterial pulmonar após a correção cirúrgica de defeitos septais cardíacos é um problema relevante em cardiologia pediátrica.
Objetivo: Neste estudo, decidimos investigar variáveis com vistas à identificação de preditores de pressão pulmonar alterada seis meses após a alta hospitalar (pressão sistólica arterial, PSAP6M, ecocardiografia transtorácica).
Método: Quarenta e oito pacientes foram acompanhados, com idade entre três e 35 meses à cirurgia, todos com comunicações cardíacas não restritivas e sinais clínicos ecocardiográficos de hipertensão pulmonar. Foram analisados idade, peso, presença de síndrome de Down, tipo de anomalia cardíaca, saturação periférica de oxigênio (SatO2), a razão fluxo sanguíneo pulmonar/sistêmico, a razão pressão média arterial pulmonar/sistêmica (PAP/PAS) antes e após a circulação extracorpórea (CEC), o tempo de CEC, a razão PAP/PAS no início dos cuidados pós operatórios através de medidas invasivas com cateteres arteriais (PAP/PASPOI) e a duração da ventilação mecânica.
Resultados: A análise univariada identificou cinco possíveis preditores com p<0,10:SatO2, PAP/PAS pré e pós CEC, PAP/PASPOI e a presença da síndrome de Down. A análise multivariada apontou apenas a PAP/PASPOI como preditora a PAS6M:ln (PSAP6M) = 2,94+1,17* PAP/PASPOI, p<0,001. Níveis de PAP/PAS acima de 0,40 e 0,64 foram preditores de PAP6M superior a 30mm e 40mm, respectivamente.
Conclusão: A monitorização invasiva da hemodinâmica pulmonar no início do curso pós-operatório traz informações críticas para o seguimento e manuseio adequado destes pacientes após a alta hospitalar.