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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Miocardiopatia Restritiva por Depósito de Desmina

Carlos Manoel de Castro Monteiro, Lívia Maria Garcia Meiro, Marcelo Jamus Rodrigues, Marina Hoff de Lima Tonin, Laís Olivo Rossi, Luísa Carvalho Benedito, Raul Cordeiro Pessanha, Mireya Raiza Mendoza Lazarte, Roberta Porreca Azzolini, Mariana Chaud
HOSPITAL SAMARITANO PAULISTA - SÃO PAULO - SP - BRASIL

Introdução:

A insuficiência cardíaca (IC) é a via final de muitas doenças que afetam o coração, o que explica a sua crescente prevalência. A miocardiopatia restritiva é a forma menos prevalente das miocardiopatias, classificada como não obliterante com infiltração miocárdica por substância anormal ou obliterante por fibrose do endocárdio e subendocárdio. Este relato de caso tem por objetivo discutir a miocardiopatia restritiva, abordando uma etiologia rara que é o depósito por desmina.

 

Métodos:

Paciente masculino, 26 anos, portador de miocardiopatia diagnosticada há 3 anos, evoluindo há 02 meses, com edema nos membros inferiores e dispneia progressiva. Deu entrada na nossa instituição, com dispneia aos mínimos esforços e sinais de baixo débito cardíaco, sendo diagnosticado IC perfil C. Na história familiar: pai, bisavô, avô, tia e primo paternos são portadores de miocardiopatia com comprometimento neuromuscular.

Diante do quadro clínico, da história familiar e da ressonância magnética do coração que evidenciou realce tardio não isquêmico biventricular, foi indicado o teste genético.


 

Resultados:

 O sequenciamento completo do exoma identificou uma variante patogênica em heterozigose no gene “DES” relacionado a uma miocardiopatia restritiva secundária ao acúmulo de desmina que é o filamento intermediário mais importante da musculatura esquelética e cardíaca. Tem a função de manter a estrutura e a integridade funcional das miofibrilas, funcionando como um citoesqueleto proteico.

 As manifestações cardíacas podem ocorrer na forma de miocardiopatia restritiva, doença de sistema de condução, arritmias e morte súbita. O paciente apresentou piora da insuficiência cardíaca, necessitando de aminavasoativas, balão intra-aórtico e “ECMO”, sendo listado na fila de transplante cardíaco. Transferido para um centro transplantador, submetido ao transplante cardíaco, porém, no pós-operatório, apresentou quadro séptico, evoluiu para óbito.

Neste caso clínico foi identificada uma variante patogênica associada à miocardiopatia de herança autossômica dominante/recessiva. O teste genético elucidou a etiologia da miocardiopatia, a refratariedade da insuficiência cardíaca ao tratamento clínico e de suporte hemodinâmico otimizado, contemplou a indicação do transplante cardíaco (TxC).

 

Conclusão:

Este caso clínico relata a importância dos testes genéticos no diagnóstico etiológico das miocardiopatias e o TxC é considerado uma opção terapêutica nos pacientes com IC avançada e refratária.

 

 

 

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