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Avaliação de complicações perioperatórias por sangramento em pacientes de transplante renal em uso de DAPT.

Carlos Alberto Kenji Nakashima, Lilian Belinaso, Camila Richter, Carlos Gustavo Marmanillo, Marcos Vinicius Coelho Dutra, Viviane de Sá Pereira, Flora Eli Melek, Fabio Okipney , Dalton Bertolim Précoma
Hospital Angelina Caron - Campina Grande do Sul - Paraná - Brasil

Introdução: Conforme a população de transplantes renais prevalente aumenta, há uma necessidade crescente de quantificar o risco das condições médicas para minimizar complicações. Os eventos hemorrágicos são uma causa de hospitalização e contribuem para a morbimortatalidade destes pacientes.

Objetivo: Avaliar complicações perioperatórias por sangramento devido ao uso de dupla antiagregação plaquetária (DAPT) nos pacientes transplantados renais. 

Metodologia: Pacientes submetidos à transplante renal entre janeiro de 2019 a maio de 2021 foram incluídos (n= 372) e divididos em 3 grupos: grupo controle que estava sem terapia antiplaquetária (n= 230); pacientes com antiagregação perioperatória apenas com ácido acetil salicílico – AAS (n= 123); e pacientes com DAPT perioperatória – AAS e clopidogrel (n= 19). O desfecho primário foi a taxa de sangramento em pacientes com terapia antiplaquetária em comparação com pacientes sem terapia antiplaquetária. Os desfechos secundários incluíram localização e momento do sangramento, infarto agudo do miocárdio (IAM) pós-sangramento, necessidade de transfusão perioperatória, reintervenção cirúrgica, explante renal e mortalidade. 

Resultados: Pacientes que utilizavam DAPT tinham idade média de 59,63±6,94, apresentavam mais diabetes insulino-dependente e eram todos hipertensos (P> 0,002), dados significativamente maiores comparados os demais grupos. Esses pacientes sangraram significativamente mais (P> 0,005), principalmente no sítio cirúrgico (64,7%); 35,3% dos pacientes necessitaram de reintervenção cirúrgica (p= 0,0013). Neste estudo, a maioria dos eventos hemorrágicos (73,6%) ocorreu até uma semana após o transplante e 80% necessitaram de transfusão sanguínea (p= 0,0001).

Conclusão: O transplante renal pode ser realizado com segurança sem interromper a terapia com AAS perioperatória e anticoagulação profilática. Há um risco aumentado de sangramento com necessidade de transfusão sanguínea e reintervenção cirúrgica quando o paciente está em uso de DAPT, porém sem aumento de IAM, explante renal e mortalidade a curto prazo.

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