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Miocardite Pós Vacinação para COVID-19

Glaucia de Farias Correia, Fernanda Cristina Castanho, Cláudia Catelan Carlomagno
CIRCC - Rio de Janeiro - RJ - Brasil, Santa Casa do RJ - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

INTRODUÇÃO: A COVID-19 é uma doença reconhecida pelas complicações cardiovasculares que produz. Com o advento das vacinas, alguns efeitos adversos foram observados, principalmente nas vacinas produzidas a partir de RNM mensageiro (mRNA) do vírus em questão. Recente estudo com imunizantes mRNA contra COVID-19 demonstrou uma incidência de miocardite de 0,8 caso por milhão de indivíduos após primeira dose vacinal e 5,8 casos por milhão após a segunda dose. Em geral, os pacientes respondem bem ao tratamento.

RELATO DE CASO: Paciente feminina, 38 anos, médica veterinária, desenvolveu dor torácica, dispnéia e palpitações 4 dias após a segunda dose da vacina Pfeizer. Apresentou piora progressiva da dispnéia, ortopnéia e Insuficiência Cardíaca (IC) classe III, além de início de diarréia e êmese, procurando então atendimento médico. Em exame físico, foi observado murmúrio vesicular reduzido em terço inferior de ambos os hemitórax, discreta crepitação difusa, saturação periférica de oxigênio 88%, ritmo cardíaco irregular com frequência cardíaca (FC) 130 bpm, pressão arterial 90 x 50 mmHg, fígado palpável a 3 cm do rebordo costal direito, distensão abdominal e edema bilateral de membros inferiores ++/4+. Exames complementares demonstraram pequeno derrame pleural bilateral, principalmente a direita, ascite com hepatomegalia. Fibrilação Atrial. Ausência de Trombose Venosa Profunda ou Tromboembolismo Pulmonar. PCR COVID-19 negativo. Ecocardiograma com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) 39%, disfunção diastólica tipo III. Na internação hospitalar recebeu suplementação não invasiva de oxigênio, diurético de alça, controle de FC com Bisoprolol. Recebeu alta com Furosemida 20 mg/dia, Espironolactona 50 mg/dia, Losartana 50 mg 2x/dia, Rivaroxabana 20 mg/dia e Bisoprolol 5 mg 2x/dia. Ecocardiograma após 15 dias da alta apresentava FEVE 33%, sem variação respiratória da veia cava, volumoso derrame pleural. Mantidas as medicações. Após 40 dias da alta, novo ecocardiograma transtorácico com FEVE 65%, sem evidência de congestão e sem visualização de derrame pleural. Paciente assintomática, mantendo Fibrilação Atrial com FC 70 bpm. Foi suspensa Furosemida e mantidas demais medicações. Mantido acompanhamento ambulatorial.

CONCLUSÃO: Esse relato de caso chama a atenção para a necessidade de investigação de sintomas em pacientes jovens com vacinação recente para COVID-19, pois o tratamento medicamentoso adequado de complicações tais como miocardite pós vacinal cursando com IC geralmente resulta em reversão completa da disfunção cardíaca.

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