Introdução: A pressão arterial elevada na pós-menopausa é um alvo do tratamento medicamentoso, porém a eficácia farmacológica no manejo da doença e disfunções associadas ainda não é satisfatória nessa população. Objetivo: Avaliar os efeitos da combinação hidroclorotiazida ou enalapril e treinamento físico concorrente sobre o controle pressórico e mecanismos neuroimunes em um modelo de hipertensão e menopausa. Métodos: Ratas (SHR, 90 dias/vida) foram ooforectomizadas e alocadas em grupos: sedentárias (OS), sedentárias tratadas com hidroclorotiazida (OSH), sedentárias tratadas com enalapril (OSE), treinadas tratadas com hidroclorotiazida (OTH) e treinadas tratadas com enalapril (OTE). Hidroclorotiazida (30mg/kg) e enalapril (3mg/kg) foram administrados em água de beber e o treinamento físico (3 dias/sem, 8 sem) consistiu de exercício aeróbio seguido pelo exercício resistido. Sensibilidade barorreflexa e variabilidades da frequência cardíaca e pressão arterial foram analisadas. Antagonista do receptor de vasopressina, losartana e hexametônio foram injetados sequencialmente para avaliar os sistemas vasopressores. Perfil inflamatório foi mensurado em tecido cardíaco. Resultados: A pressão arterial foi reduzida nos grupos tratados isoladamente e associado ao treinamento físico (vs.OS). A resposta bradicárdica da sensibilidade barorreflexa aumentou nos grupos treinados (vs.OS). Já a resposta taquicárdica foi aprimorada nos grupos enalapril (OSE e OTEvs.OS) e hidroclorotiazida treinado (vs.OS). O grupo OTE mostrou maior modulação vagal cardíaca (RMSSD: OTE:8,3±1,7vs.OS:6,1±0,7 e OSH:5,8±0,9ms; e HF: OTE:21,9±8,1vs.OS:11,9±2,3, OSH:10,2±2,7 e OTH:13,0±5,0ms²) e a modulação simpática vascular (mmHg²) foi reduzida em ambos os grupos treinados (OTH:6,2±5,2 e OTE:7,5±4,3vs.OS:18,8±6,1; OSH:15,8±5,5 e OSE:13,2±5,5). Infusão de hexametônio induziu menor queda pressórica média (mmHg) nos grupos OTH (-50±12) e OTE (-54±10) (vs.OS:-75±18). As combinações fármaco e treinamento físico promoveram aumento de IL-10 comparados com os tratamentos farmacológicos isolados (OTH:77±17 e OTE:69±11vs.OSH:44±11 e OSE:48±12) e grupo OS (48±19vs.OTH). Conclusão: As combinações farmacológicas com o treinamento físico concorrente são mais eficazes que os fármacos isolados em atenuar a disfunção autonômica e adaptação imune devido aos maiores efeitos sobre o tônus simpático e perfil antiinflamatório, atribuindo ao exercício físico um papel crucial para potencializar os efeitos farmacológicos no manejo da hipertensão arterial. Apoio financeiro: FAPESP (2019/06277-0).