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O Grau de acometimento cardíaco e seu efeito no prognóstico clínico em pacientes submetidos à troca valvar aórtica

Cristhian Espinoza Romero, Sérgio Octavio Kormann, Vitor Emer Egypto Rosa, Antonio Sérgio de Santis Andrade Lopes, João Ricardo Cordeiro Fernandes, Roney Orismar Sampaio, Flavio Tarasoutchi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Fundamento: A estratificação de risco dos pacientes no pré-operatório de cirurgia de troca valvar aórtica é um desafio. A maioria dos escores de estratificação de risco são muito complexos e realizados fora da América Latina.

Objetivo: Nosso objetivo é avaliar uma nova classificação de risco adaptada de Généreux em uma população brasileira para prever um desfecho combinado de óbito e readmissão hospitalar em pacientes submetidos à cirurgia de troca valvar aórtica.

Métodos: Estudo retrospectivo unicêntrico envolvendo 196 pacientes submetidos à cirurgia de troca valvar por estenose aórtica importante. Cada indivíduo foi classificado de acordo com o grau de acometimento cardíaco avaliado pelo ecocardiograma em três grupos denominados Généreux modificados, sendo: Grupo 1: sem dano cardíaco ou minimamente comprometido. Grupo 2: lesão ou disfunção secundária da valva mitral ou átrio esquerdo. Grupo 3: presença de hipertensão pulmonar, envolvimento da valva tricúspide ou ventrículo direito.

Resultados: A mediana de idade nos grupos 1, 2 e 3 foi de 63 (54-73) versus 69 (65-75) versus 70 (61-79) anos, respectivamente (p= 0,006). Não encontramos diferenças significativas entre os 3 grupos quanto à área valvar aórtica (0,8 [0,6-0,9] versus 0,7 [0,6-0,8] versus 0,7 [0,65-0,85] cm2, respectivamente; p=0,056) e o gradiente médio (50 [41-62] versus 56 [46-68] versus 48 [40-57] mmHg, respectivamente; p=0,202). Também houve diferença entre os 3 grupos, 1,4% versus 8% versus 25%, respectivamente (p=0,001) quanto à mortalidade em 30 dias, porém após análise de subgrupo a diferença foi apenas entre os grupos 1 e 3 (p<0,05). Na análise da curva de Kaplan-Meier (Figura 1), com seguimento mediano de 16 (2-25) meses, encontramos diferença entre os 3 grupos quanto ao desfecho combinado de óbito e readmissão hospitalar (log-rank p< 0,001). Na análise multivariada, a nova classificação pelo escore de Généreux adaptado (HR 2,00, [IC 95% 1,294-3,097], p=0,002) e o gradiente transaórtico médio (HR 0,973, [IC 95% 0,951-0,996], p= 0,021) foram preditores independentes do resultado composto.

Conclusões: A nova classificação proposta foi um preditor independente de mau prognóstico, e quanto maior o grau de acometimento cardíaco, menor a sobrevida no primeiro ano de seguimento. O gradiente transaórtico médio também foi preditor de desfecho, sugerindo que a estenose aórtica de baixo gradiente também tem pior prognóstico.

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