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Resultados imediatos e a médio prazo da oclusão percutânea da regurgitação paraprotética mitral e aórtica

Marcelo Henrique Moreira Barbosa , Tacito Leandro B Bessa, Ana Cristina H Mendoza, Marina Albanez A Medeiros, Mariana Oliveira Rezende, Guilherme Seer da Silva, Andrea A Vilela, Carlos Augusto Pedra, Dimytri A de Alvim Siqueira , Auristela Isabel de O Ramos
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução: O vazamento ou regurgitação paraprotética (RPP) é definido como um defeito formado entre o anel valvar e o anel protético. Parte dos casos cursam com regurgitação importante, insuficiência cardíaca (IC) e anemia hemolítica refratários ao tratamento clínico, e, por isso, têm indicação de correção por tratamento cirúrgico ou transcateter. A cirurgia é o procedimento de escolha na existência de endocardite, disfunção significativa ou instabilidade mecânica da prótese, apesar de ter alta mortalidade, que pode chegar até 30%. Em pacientes (PTS) de alto risco cirúrgico, o fechamento percutâneo com implante de dispositivos oclusivos surge como uma estratégia terapêutica factível, promissora e menos invasiva.

Métodos: Trabalho prospectivo e observacional que incluiu PTS de alto risco cirúrgico, com diagnóstico de RPP mitral ou aórtica, com repercussão clínica (IC, hemólise) submetidos a fechamento percutâneo. Desfechos hospitalares foram: óbito, choque cardiogênico, IC, acidente vascular cerebral (AVC); desfechos tardios: óbito, reoperação, ausência de RPP moderada/importante. Critérios de sucesso do procedimento: RPP ausente ou discreta 30 dias após ou na alta hospitalar; insucesso: persistência do quadro de hemólise e IC, necessidade de cirurgia urgente.

Resultados: Foram incluídos 20 PTS, com média das idades 61,6±11 anos 2,2±0,97 cirurgias prévias. Sucesso do procedimento ocorreu em 13 PTS (65%). 100% dos PTS com bioprótese tiveram sucesso (5) e 8 dos 15 PTS (53%) com prótese mecânica tiveram sucesso. A mortalidade relacionada ao procedimento foi 10% (2 PTS de 20; 1 tamponamento cardíaco e 1 devido a má posição do plug). Mortalidade até 30 dias: 1 PTS do grupo sucesso (AVC hemorrágico relacionado a anticoagulação), e 1 do grupo insucesso devido IC. Após um ano de seguimento, 70,4% dos PTS estavam em Classe Funcional I. Evolução tardia: PTS grupo sucesso (1 morte por Infarto Agudo do Miocárdio, 1 necessidade de cirurgia troca valvar mitral). Grupo insucesso: 5 evoluíram para óbito, todos prótese mecânica.

Discussão:  RPP é uma complicação grave, frequentemente necessitando de intervenção. A oclusão percutânea da RPP é possível, principalmente em PTS com bioprótese, já a impossibilidade de tratamento percutâneo (insucesso) relacionou-se com mau prognóstico, 28% de sobrevida em 1 ano.

 

Conclusão: correção percutânea da  RPP em paciente de alto risco pode ser uma opção ao tratamento cirúrgico, principalmente em paciente com bióprotese.

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