Introdução: No Brasil, as valvopatias são causadas principalmente pela febre reumática. As cirurgias de reparo e substituição valvar permitem uma melhor qualidade de vida e maior sobrevida para os pacientes. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a localização e a intensidade da dor após cirurgias de válvulas cardíacas. Métodos: Neste estudo descritivo transversal, os pacientes foram entrevistados por meio da Escala Visual Analógica de Dor (EVA) e um mapa com as regiões do corpo numeradas onde marcaram onde a dor estava presente. Dados epidemiológicos, presença de comorbidades, tempo de circulação extracorpórea, tempo de clampeamento aórtico foram obtidos do prontuário eletrônico da instituição. Eles foram operados e internados na UTI. Resultados: 16 pessoas foram incluídas neste estudo, com média de idade de 51,3±13,2 anos, sendo 7 mulheres (43,8%) e 9 homens (56,3%). Apresentavam IMC de 26,5±3,8 e média de 2,8±1,7 comorbidades, sendo as mais prevalentes a hipertensão arterial (62,5%) e a valvopatia (37,5%). A maioria destes foi submetida à cirurgia da valva mitral (62,5%) sob anestesia geral. Metade do grupo necessitou de raquianestesia. Durante os procedimentos, o tempo médio de circulação extracorpórea e clampeamento aórtico foi de 101,2±20,9 minutos e 71,5±14,8 minutos, respectivamente. Todos foram avaliados na UTI no primeiro dia de pós-operatório. Apenas 3 participantes da pesquisa (18,8%) foram extubados na UTI e os demais no centro cirúrgico. Em relação ao uso de analgésicos no pós-operatório, 62,5% estavam em uso de opioides e 75% estavam em terapia com anti-inflamatórios não esteroidais. Quando questionados sobre a presença de dor, 14 relataram sentir dor no pós-operatório (87,5%). Entre os pacientes que sentiram dor, a VAS média foi de 6,0±2,8 pontos. Eles sentiram dor em 1,4 ±1,1 lugares. Como esperado para cirurgia cardíaca, a região do mapa mais relatada como dolorosa foi a região retroesternal, 5 (50%), seguida das áreas 6 – dorso e 7 – hemitórax direito, provavelmente pela presença de dreno (25% cada). Conclusão: As áreas de dor mais referidas foram retroesternal, dorso e hemitórax direito. Apesar do uso de analgésicos, a percepção da dor pode ser interpretada como moderada, em relação aos valores referidos na EVA.