INTRODUÇÃO: O infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) é a categoria de maior gravidade dentre as síndromes coronarianas agudas, com metade das mortes ocorrendo na primeira hora. Sabe-se que quanto menor o tempo desde o início dos sintomas até a instituição do tratamento, maior a sobrevida. Neste sentido, faz-se necessário estudar o comportamento do paciente em curso de IAMCSST e os fatores que possam interferir na sua busca pela assistência precoce. METODOLOGIA: Estudo descritivo, a partir de corte transversal de pacientes incluídos na Pesquisa Soteropolitana de Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnivelamento do Segmento ST (PERSISST) no período de janeiro/2019 a dezembro/2021. Foram observados fatores como conhecimento prévio e suspeição do infarto, meio de transporte utilizado para acessar o sistema de saúde, tempo para mobilização, comorbidades e perfil sociodemográfico. RESULTADOS: O PERSISST obteve sucesso na aquisição de 630 inquéritos do período referido. A amostra possui idade média de 60,2 anos, e é composta por 405 (64,28%) do sexo masculino, 457 (72,53%) hipertensos, 251 (39,84%) diabéticos. Apenas 42 (6,6%) completaram ensino superior e 147 (23,3%) ensino médio. Dos 571 pacientes que já tinham ouvido falar de infarto, apenas 1/3 suspeitaram desta condição no momento do evento. Dos 56 pacientes que informaram já terem cursado com IAM prévio, somente 26 suspeitaram do novo evento. Analisando o tempo de mobilização, 407 (64,60%) pessoas procuraram atendimento na primeira hora da dor. O meio de transporte mais utilizado pelos indivíduos foi carro particular (62,75%). Apenas 98 (16,23%) acessaram o sistema de saúde através de ambulância, apesar de 121 pessoas terem ligado para o serviço pré-hospitalar. CONCLUSÃO: A maior parte da população acometida por IAMCSST em Salvador demorou menos de 1h de sintomas para buscar atendimento, fazendo-o por meios próprios.A análise do comportamento dos pacientes traz informações relevantes sobre o conhecimento prévio de infarto e como os indivíduos agem diante da apresentação clínica desta condição. Conhecer o perfil local possibilita a elaboração de estratégias educacionais para melhorar a assistência dos pacientes.