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TRONCO ÚNICO CORONARIANO E ARTÉRIA CIRCUNFLEXA DUPLICADA: duas entidades raras em um único relato de caso

Suzana Shinomia, Carlos E. C. N. Bosso , Robson T. Roque, Paulo E. H. Antunes, Paulo H. P. de Lima, John N. Conceição, Maria C. F. Issa, João G. C. O. Santos, Alexandre Volney Villa
FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - - SP - BRASIL, Instituto de Radiologia de Presidente Prudente - Presidente Prudente - Sao Paulo - Brasil

Objetivo: descrever um caso de coronária única esquerda e duplicação da artéria circunflexa no mesmo paciente. Sendo as duas anomalias coronarianas individualmente raras e independentes, não houve descrição semelhante na literatura, sendo este relato único ao nosso conhecimento. Caso clínico: paciente do sexo feminino, 61 anos, hipertensa, ex-tabagista com enfisema pulmonar e transtorno de ansiedade, referia dor torácica há 01 ano, de características atípicas. Procurou o serviço de saúde, iniciando investigação para doença arterial coronária. O eletrocardiograma mostrou ritmo sinusal sem alterações relevantes. Ecocardiograma demonstrou ventrículo esquerdo com aumento discreto do volume sistólico final e disfunção sistólica discreta pela hipocinesia difusa. Optado por investigação com Angiotomografia Coronariana que evidenciou ausência de aterosclerose coronariana significativa com anomalia coronária do tipo tronco coronário esquerdo (TCE) (LIPTON L IIB) com origem do seio de Valsalva ipsilateral, dando origem a artéria descendente anterior (DA), coronária direita (CD), originando-se da DA proximal com trajeto interarterial e dupla origem da artéria circunflexa (Cx) sendo uma de topografia habitual e outra originando-se da CD com trajeto retroaórtico (Circunflex Twins Arteries). Discussão: artéria coronária única é uma anomalia congênita rara, acometendo entre 0,02 e 0,07% de pacientes avaliados em estudo hemodinâmico. É assim descrita, quando todas as coronárias são originadas de um mesmo óstio, sendo o tronco responsável por toda vascularização cardíaca. Pode ser isolada ou associada a outras anomalias congênitas (válvula aórtica bicúspide, transposição de grandes vasos), sendo classificada de acordo com seu sítio de origem, distribuição de seus ramos e trajeto. Da mesma forma, as artérias circunflexas duplicadas são uma anomalia rara cuja real incidência é desconhecida. Sendo incomuns, embora frequentemente assintomáticas, podem predispor a maior risco de eventos isquêmicos e até mesmo morte súbita especialmente em pacientes jovens. Uma vez que é importante o conhecimento anatômico para abordagens intervencionistas, visando maior segurança e eficácia do tratamento, tais entidades podem se apresentar como um desafio terapêutico. Conclusão: as anomalias coronarianas constituem um grupo de variações raras, presentes em menos de 1% da população. Independentemente, já são alterações raras, o que torna a apresentação do presente caso um evento único, ao nosso conhecimento.

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