Introdução: A cirurgia cardíaca minimamente invasiva vem ganhando popularidade nas últimas duas décadas, associada a melhor efeito estético e menor trauma cirúrgico. O presente estudo objetiva comparar pacientes submetidos a troca valvar entre cirurgias convencionais e minimamente invasivas. Métodos: Estudo transversal analítico com pacientes submetidos à cirurgia cardíaca de troca valvar entre janeiro de 2020 a fevereiro de 2022. Os pacientes submetidos à microcirurgia foram incluídos a partir de setembro de 2021. A avaliação da presença de delirium foi realizada no primeiro dia de pós-operatório (1ºPO) em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com a utilização das escalas CAM-ICU e RASS. A avaliação dos dados epidemiológicos, comorbidades prévias, uso de medicações pré e pós-operatórias, medidas antropométricas e informações relacionadas à cirurgia foram coletados do sistema de prontuário eletrônico. Para a análise de amostras independentes foi realizado o teste T de student (significância em 5%). Resultados: Foram incluídos 41 pacientes no estudo. 33 pacientes realizaram cirurgia cardíaca de troca valvar da maneira convencional (grupo CONV) e 8 pacientes realizaram a cirurgia minimamente invasiva de troca valvar (grupo MINI). Não houve diferença entre os grupos nas variáveis clínicas e cirúrgicas estudadas: Idade (CONV: 55,5±12,5 versus MINI: 62,9±16,1 anos, p=0,19); IMC (CONV: 26,6±3,8 versus MINI: 27,7±6,0, p=0,51); Tempo de circulação extracorpórea (CONV: 99,2±19,8 versus MINI: 115,4± 32,8); Tempo de clampeamento aórtico (CONV: 71± 15,7 versus MINI: 76,9± 30,2); Média de comorbidades (CONV: 3,1± 2 versus MINI: 3,9± 2,5); Média de medicações domiciliares (CONV: 4,1± 2,3 versus MINI: 5,1± 2,9); Média de medicações pós-operatórias (CONV: 7,7± 2,3 versus MINI: 7,1± 1). A prevalência de delirium no grupo que realizou cirurgia conservadora foi de 15,2% e na microcirurgia foi de 12,5% (p=0,85). Conclusões: Os achados de prevalência de delirium observados foram concordantes com a literatura atual em ambos os grupos. Fatores de risco e desencadeantes classicamente relacionados ao delirium, como idade e polifarmácia, tiveram frequências estatisticamente não significativas entre os dois grupos.